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VIAGEM PELA AMÉRICA DO
SUL EM 1967
20ª PARTE
PARADA
EM SÃO PAULO
E FIM DA VIAGEM EM PONTA GROSSA
por Francisco Souto Neto
SÃO PAULO
Proveniente de Buenos Aires, tive que
fazer o trecho de Porto Alegre a São Paulo passando por cima de Curitiba porque
na capital do Paraná não existia aeroporto internacional. Desembarcando em São
Paulo, aproveitei para visitar meus parentes e no dia seguinte tomei um ônibus
diretamente para Ponta Grossa, onde eu residia.
Bairros de São Paulo.
PONTA GROSSA
No dia seguinte tomei um ônibus diretamente para
Ponta Grossa, onde encontrei minha mãe muito bem. Ela estava hospedando sua
irmã, minha tia Nêmesis, de Campo Grande, que estava passando um mês, a
passeio, em minha casa. Encontrei minha irmã Ivone também com ótima saúde, em
sua segunda gravidez já aparente.
As fotos acima, tiradas em São Paulo, e as que
seguem abaixo, em Ponta Grossa, estão aqui não apenas para registrar o final de
minha longa viagem, mas também para rememorar como era a minha vida em 1967,
cercado de familiares e parentes queridos.
Meu pai tinha falecido há apenas quatro anos, eu
trabalhava no Banco do Estado do Paraná e estávamos recompondo as nossas vidas.
Eu ingressara no Banestado há apenas dois ou três anos através de concurso
público, no cargo de escriturário, no qual fui muito bem classificado e por
isso pude escolher ficar lotado na agência de Ponta Grossa, onde eu residia com
minha mãe e irmã.
Como minha viagem seria cara, eu fiz uma rifa de
meu projetor de cinema de 16mm, com vários filmes, que tinha sido de meu pai e naquele
tempo era um luxo. Hoje rifas são irregulares e ilegais, mas naquela época eram
comuns e aparentemente normais. Fiz 999 números na minha rifa, e cada pessoa escolhia
três números. Vendi quase todos os números, pois vizinhos de casa e amigos dos
meus colegas de trabalho ficaram sabendo, e assim muita gente desejou
participar do sorteio. O sorteio correu pelos três últimos dígitos do primeiro
prêmio da loteria federal em dia previamente anunciado. Venceu meu colega do
Banestado, o Álvaro Augusto Santos. Tirei uma foto entregando o prêmio a ele.
Na foto aparece também um outro colega, Geraldo Campanholi. Graças a essa rifa,
consegui fazer a viagem sonhada.
Fiquei no Banestado até aposentar-me em 1991, com
30 anos de trabalho, conforme exigia a lei. Participei de concurso interno para
inspetor da instituição e assim fui galgando patamares numa carreira que foi um
sucesso graças ao meu empenho e séria dedicação ao trabalho, cujos frutos colho
ainda hoje, apesar de o Banco oficial do Paraná ter sido criminosamente
destruído pelo governador Jaime Lerner, ato este que acabou com a carreira
política do outrora respeitado prefeito de Curitiba, agora metido em variantes da
falcatrua.
Eu contando para minha tia Nêmesis as peripécias da minha viagem.
FIM
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