quinta-feira, 24 de março de 2022

VIAGEM PELA AMÉRICA DO SUL EM 1967 - 14ª PARTE - SANTIAGO DO CHILE por Francisco Souto Neto.

 

Francisco Souto Neto no Serro San Cristóbal, Santiago do Chile (1967).
 

Comendador Francisco Souto Neto 

 

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VIAGEM PELA AMÉRICA DO SUL EM 1967

 

14ª PARTE


SANTIAGO DO CHILE

por  Francisco Souto Neto

 

Esta é uma transcrição do meu diário da viagem que fiz a vários países da América do Sul em 1967, iniciada na semana em que completei 24 anos de idade. Passados 55 anos, é interessante observar os detalhes de como eram feitas as viagens naquele tempo e as impressões que os lugares causaram a este então jovem viajante. A transcrição do meu diário de viagem vai entre aspas, e quando eu achar necessário intervir no texto, farei isto entre colchetes.

 

O VOO E A CHEGADA A SANTIAGO

 

“O voo em que embarquei em Lima, no Peru, para Santiago do Chile pela Braniff, teve início em San Francisco, com escalas em Los Angeles e Acapulco. Como sempre, para viajar de avião eu uso terno e gravata. Muito raro ver um homem, moço ou velho, sem gravata num avião [em 1967]. Fomos convidados ao embarque as 8:30 horas. Sobe-se a escada colocada na porta da frente, que dá no bar do DC-8. Percorre-se a 1ª classe e em seguida, através de uma porta muito artística, temos acesso a classe turista. Logo que me sentei, a simpática aeromoça ofereceu-me “caramelos”. Como o voo é sobre o oceano, outra aeromoça demonstra como usar-se os salva-vidas caso o avião tenha que fazer um pouso forçado no mar.

Durante todos os dias que passei em Lima não vi o sol brilhar. A cidade estava encoberta por uma “cortina”. Pois logo que o avião ultrapassou tal cortina, encontramos o sol ofuscante.

Às 10 da manhã serviram o breakfest: omelete com presunto, pão (delicioso) com manteiga e geleia, suco de caju e café com leite concentrado na forma de creme. Depois ofereceram aos passageiros cigarros mentolados em maços com apenas cinco unidades. Fumei apenas um e guardei o restante.



Voando pela Braniff para Santiago.

A Cordilheira dos Andes.

Nuvens sobre o oceano.

Aproximamo-nos de Santiago.

Abaixo, a cidade de Santiago.

À noite em Santiago.

Viajava ao meu lado um senhor, advogado, que ficou curioso porque eu estava tirando muitas fotografias pela janela do avião, e começou a conversar comigo. Queria saber o que eu iria fazer no Chile, o que eu conhecia sobre o país, se eu tinha amigos lá. Anotei seu nome: Don Luís Alberto Castro, chileno de Santiago.

Dormi um pouco e quando acordei começávamos a reentrar no continente, bastante acidentado, e a Cordilheira lá estava, bela e branca. Fui ao toilette e em seguida entrei na 1ª classe para tirar fotos da paisagem sem a interferência das asas do avião.

Don Castro disse-me que dois dias depois ele e a esposa iriam a Valparaíso e Viña del Mar, onde possuem um apartamento para lazer, porque tinham alguns negócios a tratar no litoral. Se eu quisesse conhecer Valparaiso e Viña del Mar, poderia ir com eles de automóvel. Eu fiquei meio indeciso e ele insistiu. Disse-me que me apanharia no meu hotel (eu tinha enviado pedido de reserva ao Hotel Cervantes) às 8 horas da manhã. Deu-me o telefone dele para que eu me comunicasse, caso eu resolvesse ficar em outro hotel. Deu-me também o endereço de seu escritório na Calle Huérfanos nº 1117, ofic. 629, caso eu precisasse de algo.

Ao desembarcar, o tempo estava meio fechado. Achei o aeroporto muito feio. A aduana foi bem rápida. Tomei um táxi e rumei para o hotel. O preço da corrida foi equivalente a NCr$12,00... muito caro.

O hotel tem 5 andares, meu apartamento é bem espaçoso, tem duas camas, três espelhos e um banheiro antiquado, mas bom. É um hotel de apenas três estrelas.

 

CONHECENDO SANTIAGO

 

Saí e fui diretamente à nossa Embaixada e de lá ao Departamento Nacional de Turismo, onde peguei prospectos dos lugares que quero conhecer e várias informações. Fui também a um banco trocar travellar checks american express por escudos.

A cidade de Santiago, “A Pérola do Pacífico”, é uma bela metrópole que lembra São Paulo. Mulheres e homens são muito elegantes. Todos os homens usam paletó e gravata, e alguns ostentam chapéus. Eu também; se estou andando pelo centro de uma cidade, sempre uso gravata; camisa esporte só quando vou a locais turísticos. As mulheres andam com casacos de peles e usam luvas. São todos bastante britânicos e as ruas da cidade muito limpas.

Fui ao Serro Santa Luzia, no centro da cidade. Nessa pequena colina é onde os casais vão namorar. De lá tem-se belas vistas de Santiago. 


Passeio pela cidade; homens usam terno e gravata. 


Esta praça é uma das entradas para o Serro Santa Luzia.


Vista do Serro Santa Luzia. Onde está Wally? Subindo a escada.


Vista do Serro Santa Luzia com Francisco Souto Neto em primeiro plano.


A capital chilena vista do Serro Santa Luzia.

 
Francisco Souto Neto no Serro San Cristóbal. De terno e gravata, como habitualmente.

Esta praça é uma das entradas para o Serro Santa Luzia. Onde está Wally? Entre as árvores.


Ao longe, o Serro San Cristóbal, que conhecerei no dia seguinte.


O carro da frente brecou. O ônibus parou, meu carro também. Pessoas corriam. Perguntei ao motorista do táxi: “Que se passa, señor?”. E ele: “És um pequeno temblor”. Um terremoto?! Não. Era um pequeno tremor que eu nem senti.


Eu ao lado de um pedestal cuja estátua caiu num terremoto.


Eu ao lado de outro monumento, para registrar mais uma base de estátua desalinhada por um terremoto.

Fui também ao Serro San Cristóbal, bem mais alto. Sobe-se por funicular. As vistas de lá são espetaculares.


Subindo ao Serro pelo funicular.


Enquanto o meu vagão sobe, o outro vem descendo.


Francisco Souto Neto, engravatado, no alto do Serro San Cristóbal.


A santa no alto do morro.


A santa no alto do morro.


A capital vista do Serro San Cristóbal. Uma espécie de “fog”, ou “smog”, prejudicou a vista dos picos nevados da Cordilheira dos Andes no horizonte.


E agora enquanto o meu funicular desce, o outro sobe.

No dia seguinte estava agendado um passeio a Valparaíso e Viña del Mar com Don Castro e esposa. Duvidei que ele se recordaria do compromisso. No dia seguinte eu comprovaria isso. 

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O AUTOR NA ATUALIDADE


 Francisco Souto Neto na atualidade, em tempos de pandemia e isolamento.

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SANTIAGO EM 2022     


Aspecto de Santiago visto do Cerro San Cristóbal, com o prédio mais alto do Chile.


Agora sobe-se ao Cerro San Cristóbal em teleférico.

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