HISTÓRIAS
DO CEMITÉRIO DO CATUMBI
PARTE
5 (de 13)
Francisco Souto Neto
A obra biográfica Visconde de Souto: Ascensão e “Quebra no Rio
de Janeiro Imperial”, escrita em coautoria por mim e minha prima Lúcia
Helena Souto Martini, conta com um APÊNDICE em sua parte final, da página 457 à
510, subintitulado O Cemitério do Catumbi,
no qual faço o relato do que foi a minha luta desde o ano de 1969 – há quase
meio século – pela preservação do setor
histórico da referida necrópole do Rio de Janeiro, onde estão sepultados os
mais importantes vultos históricos do Brasil Imperial.
O Apêndice conta com 13 capítulos.
Este é o 5º capítulo do Apêndice.
APÊNDICE
O CEMITÉRIO DO
CATUMBI:
DEPOIMENTO DE FRANCISCO
SOUTO NETO
5
ABRIL DE 1985 – ARAMIS MILLARCH E A REPERCUSSÃO NO PARANÁ
Em Curitiba
recebi um telefonema de Aramis Millarch, meu amigo de longa data. Ele era um
dos mais atuantes animadores culturais do Paraná e assinava a importante coluna
diária Tabloide, de meia página, no jornal O Estado do Paraná.
Aramis lera
a notícia do Jornal do Brasil. Ainda que do distante Paraná, desejava apoiar a
denúncia das graves irregularidades do Cemitério do Catumbi. E no dia 17 de
abril de 1985 publicou o que se lê abaixo, transcrito nos seus trechos mais
relevantes:
Os ossos do visconde que preocupam
Souto: / Francisco Souto Neto, assessor da diretoria de um importante banco
local, é homem preocupado com a preservação da memória brasileira. Agora
iniciou uma campanha, em nível nacional, que começa a ter repercussão em
jornais como “Globo” e “Jornal do Brasil”, e que deverá alcançar também outros
veículos de expressão nacional. / Souto
Neto, preocupado com o abandono do Cemitério do Catumbi, no Rio de Janeiro, onde,
desde o século XIX, estão sepultados os homens que construíram a História deste
País [...] decidiu-se a mover uma campanha para que a responsável pela
manutenção do cemitério – a Venerável Ordem 3ª dos Mínimos de São Francisco de
Paula – tome providências. / A exemplo
do curitibano Raphael Greca de Macedo, ex-diretor da Casa da Memória e hoje um
dos mais atuantes vereadores de Curitiba, Francisco Souto Neto preocupa-se com
a tradição e a memória histórica. Se o objetivo da sua campanha é denunciar o
abandono do mais tradicional cemitério do tempo do Brasil-Império, o abandono
que ali acontece repete-se em várias outras cidades. [...] / Realmente, embora o Patrimônio Histórico tenha incluído o
tombamento do Cemitério do Catumbi entre seus projetos, há mais de 20 anos, a
situação daquele campo-santo é de completo abandono. Aliás, consequência também
das dificuldades econômicas da Ordem Terceira, que está com seus 13 imóveis
penhorados e só em dívidas trabalhistas de 420 funcionários do Hospital São
Francisco de Paula, deve mais de Cr$ 3,5 bilhões. [...] / Enfim, de Curitiba, Souto Neto inicia uma longa batalha para que
os ossos de seus antepassados – ao lado de tantos outros – não se percam nas
cinzas do tempo e que os jazigos hoje cobertos de denso matagal sejam
preservados. / A batalha apenas
começou, mas Souto Neto, com uma idealística disposição, diz que irá até o fim. / – “O abandono do Cemitério do
Catumbi é um insulto nacional”, diz ele. (MILLARCH,
Aramis. Os ossos do visconde que preocupam o Souto. O Estado do Paraná, Curitiba, 17 abr. 1985, Tabloide, p. 14).
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Tabloide de Aramis Millarch na página 14 da edição
de 17 de abril de 1985 do jornal O Estado do Paraná.
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CONTINUA NA PARTE 6
CONTINUA NA PARTE 6
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