sábado, 30 de dezembro de 2017

UMA INTROSPECÇÃO SOBRE MINHA BIOGRAFIA & POEMAS E MÁXIMAS DE RUBENS FARIA GONÇALVES por Francisco Souto Neto para o Portal Iza Zilli.

Rubens Faria Gonçalves, escritor e poeta.

 PORTAL IZA ZILLI
- O maior portal de comunicação social do Paraná -

 
Iza Zilli

 
Comendador Francisco Souto Neto

Uma introspecção sobre minha biografia
&
Poemas e máximas de Rubens Faria Gonçalves

Prólogo

       Um dos acontecimentos mais marcantes de 2017 foi para mim o lançamento do livro VOZES DO PARANÁ Volume 9, do celebrado jornalista Aroldo Murá G. Haygert. No começo do ano ele me entrevistou em sua residência acompanhado do também  jornalista Rodrigo de Lorenzi, integrante da equipe de reportagem e pesquisa.

       No dia 11 de agosto o livro foi lançado nas dependências do Palácio Garibaldi, contendo os traços biográficos de 21 personalidades do mundo político, empresarial e cultural do nosso Estado. Se foi grande e sincera a minha surpresa de ver-me entre entrevistados realmente ilustres, maior ainda foi descobrir o olhar do autor sobre o meu percurso de vida, por Murá intitulado Mecenas por opção e conquista. Ao chegar à entrada do grande salão que já estava repleto de convidados, adquiri o meu exemplar e antes mesmo de dirigir-me ao encontro do autor para cumprimentá-lo e agradecer, fui a um canto do recinto e fiz uma “leitura dinâmica” das quinze páginas a mim dedicadas.


A capa de VOZES DO PARANÁ Volume 9


Os 21 personagens de Aroldo Murá em VOZES DO PARANÁ Volume 9


       Assim fui descobrindo a maneira generosa como o autor se referiu a meu respeito. Percebi, de imediato, que tanto Aroldo Murá quanto o seu auxiliar Rodrigo de Lorenzi não se restringiram apenas à minha entrevista ocorrida no começo do ano, mas que ambos pesquisaram e refletiram profundamente sobre tudo o que encontraram a meu respeito na internet, desde minha infância em Ponta Grossa à minha atuação no cenário cultural do Paraná, notadamente nas décadas de 70 a 90.

       Aroldo Murá iniciou a capítulo sobre mim, escrevendo o seguinte:

       “Não exagero, examino Francisco Souto Neto no mundo real em que viveu e vive. Nem sou hiperbólico, nem o comparo a Júlio II e ou assemelhados. Sendo fiel ao que vi em Souto, sei que ele foi um mecenas no seu tempo e no nosso universo local. O que não deixa de ser bastante e importante. / Histórico. Isso foi. / Tento, com algum esforço, ficar dentro do possível neste mundo real em que o crítico de artes plásticas e animador cultural Souto Neto foi revelando e consolidando seu mecenato, tendo por cenário maior o antigo Banestado em boa parte dos anos 70 a 90 do século 20, em Curitiba. / E por isso, e outros tantos motivos, examino o personagem como a raridade do imediatamente visível no âmbito essencial da cultura. Não é essa, porventura, a qualidade que distingue pessoas com brilho muito próprio? / Com sua clara visão de futuro, ele foi utilíssimo a novas gerações de escritores, teatrólogos, músicos, artistas teatrais, e muito especialmente ao mundo das artes plásticas no Paraná. E alguns nomes consolidados, como Sylvio Back e Poty Lazzarotto”.

Minhas influências

       Ultimamente tenho refletido sobre a minha formação intelectual em Ponta Grossa. E gostaria de registrar que a minha primeira influência foi, naturalmente, o meu pai Arary Souto, jornalista e radialista, um homem de grande cultura e extraordinária personalidade. Entretanto, foram também fundamentais na minha formação os professores Faris Antônio Salomão Michaele e Bruno Enei, ambos grandes amigos de meu pai. Depois do falecimento de meu genitor, entre as décadas de 60 e 70 duas outras personalidades influíram grandemente na ampliação do meu mundo cultural. Uma delas foi minha professora de Literatura Francesa Maria da Graça Aguiar Armellini – a quem chamávamos de “Dona Grací” – que após enviuvar, contraiu segundas núpcias e passou a assinar Maria da Graça Trény. Mãe de Lúcia, Célia e Arthur (o Tuca), abria a casa e oferecia sua rica biblioteca aos alunos e amigos. Lúcia tocava piano magnificamente e Dona Grací tinha paixão pelo jazz. Tive a felicidade de dar-lhe a conhecer a cantora Julie London, e ela ensinou-me a gostar e a entender as canções de Edith Piaf e Brigitte Bardot. A outra notável influência foi do professor Robert Karel Bowles, linguista e filólogo, com quem aprendi a compreender mais profundamente o idioma pátrio, ao ajudá-lo como revisor de obras literárias.

       Em meados da década de 70 conheci o amigo Rubens Faria Gonçalves, escritor e poeta, depois também professor e psicólogo que, embora da minha geração – com diferença de idade de pouco mais de dois anos – possibilitou a expansão e modernização dos meus conceitos sobre os diversos aspectos da cultura. Ele tinha, naquela época, uns quinze livros inéditos da sua autoria, de prosa e poesia, que me impressionaram profundamente. Rubens vivia em São Paulo, onde acompanhava tudo o que ocorria no teatro, assistindo às mais importantes montagens daquele tempo. Frequentava o Cine Bijou, um dos principais cinema de arte do Brasil, que era conhecido – se não pessoalmente, pelo menos de nome –  dos cinéfilos do país. Quando veio para Curitiba transferido pelo banco onde trabalhava, nosso contato tornou-se mais amiúde. Na prosa e poesia ele pôs-me em contato com os livros dos mais importantes autores da época. No cinema, pode-se dizer que me sugeriu conhecer os diretores que estavam mudando a cinematografia daquele tempo, a começar pelos franceses da nouvelle vague; foi quando comecei a descobrir que existia um universo cinematográfico muito mais significativo e consistente do que o dos pasteurizados filmes da Hollywood de então. No teatro, suscitou minha curiosidade por autores e montagens que revolucionaram os palcos de São Paulo e Rio de Janeiro. Na música, ofereceu-me discos que ampliaram a minha compreensão pela amplitude e abrangência de compositores eruditos modernos e de outros de todos os tempos e procedências. Mas a principal influência que recebi de Rubens Gonçalves foi sobre as artes plásticas. Posso dizer que com um atraso de mais de meio século pude compreender a revolução das artes plásticas no mundo, iniciada por Kandinsky e Picasso na primeira década do século passado, e a importância do movimento brasileiro da Semana de Arte Moderna de 1922.

       Foi assim que me desvencilhei das antigas fórmulas que definiam as pessoas cultas e universalizei o meu interesse pelos aspectos mais inovadores do pensamento e da arte. Não fosse por essa benéfica influência, hoje eu certamente não seria uma das VOZES DO PARANÁ apontadas por Aroldo Murá, nem teria sido alvo das diversas homenagens que venho recebendo a esta altura da minha jornada através da vida.

Reflexões finais

       Não tenho por hábito indicar nomes para integrarem o quadro de membros da Academia de Letras José de Alencar, onde ocupo a cadeira patronímica nº 26, de Emiliano Perneta. Nem mesmo meus familiares – como minha sobrinha Dione Mara Souto da Rosa – nem amigos muito próximos – como Rubens Faria Gonçalves – foram apresentados por mim à Academia. Nestes dois casos, quem os apadrinhou foi a própria atual presidenta da instituição, Anita Zippin. Orgulha-me vê-los tornados membros da instituição por seus próprios méritos. Por outro lado, vejo com grande simpatia todos os nomes que têm entrado para a Academia durante os anos recentes. São novos membros com renovadas ideias literárias, poéticas, artísticas e musicais, e essa soma de novas opiniões envolvendo a cultura faz por enriquecer a Academia de Letras. Pensamentos inovadores envolvendo prosa e poesia são sempre bem-vindos e influem na renovação dos conceitos gerais sobre as letras. Sim, porque devemos sempre inovar sob todos os aspectos da vida, para que não nos tornemos cristalizados e, quiçá, retrógrados e deslocados do tempo. Os novos integrantes representam a Academia de Letras José de Alencar de amanhã. Oito desses recentes colegas acadêmicos são os mesmos que compõem o Núcleo de Literatura e Cinema André Carneiro, um grupo que se reúne uma vez por mês na Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Bem a propósito, meu próximo artigo, que será o primeiro de 2018, versará sobre referido Núcleo.

Poemas, máximas e reflexões de Rubens Faria Gonçalves

       Aproveitando a oportunidade, selecionei poemas, algumas máximas e reflexões da autoria de Rubens Gonçalves, que colhi no seu mural do Facebook, e que ele pretende reunir em dois livros ainda durante o ano de 2018 prestes a iniciar.
       Assim, em homenagem ao amigo, cujo pensamento é sempre cristalino, consistente, honesto e original, encerro este artigo, anexando abaixo algumas das suas criações sem necessidade de comentá-las porque seus escritos falam por si, ao mesmo tempo desejando-lhe grande sucesso a todos os seus projetos.

Poemas:



























Máximas:












-o-

6 comentários:

  1. Respostas
    1. Oi, Rubens. Nada a agradecer. Seu vernáculo merece a maior divulgação.

      Excluir
  2. Estou muito feliz pelo Rubens, pois estou certa de que seus escritos terão enorme alcance no mundo cultural e das artes. Ele é um orgulho para todos nós que apreciamos a boa literatura! Fico muito contente por saber dessas publicações. Ele é um escritor que conhece a língua pátria como poucos, mas tem a fineza de um professor para fazer críticas e sugestões. Admiro-o muito e torço pelo seu sucesso.

    ResponderExcluir
  3. Duas mentes inquietas e que não se aquietam. Orgulho em tê-los como amigos e que venham muitas e muitas criações. Desejo tudo de bom que a vida possa oferecer-lhes.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Querida Mercedes, você, sim, é uma preciosa amizade. Desejo-lhe também tudo o que puder haver de melhor. Beijo.

      Excluir