PORTAL IZA ZILLI
Iza Zilli
Comendador Francisco
Souto Neto
Visitando
Olímpia, onde nasceram as Olimpíadas
Francisco Souto Neto
Pela primeira vez os Jogos Olímpicos
serão sediados na América do Sul – no Rio de Janeiro – e pela segunda vez na
América Latina, depois da Cidade do México. Trata-se de um evento
multiesportivo global, como todos sabem, com modalidades de verão e inverno
realizadas a cada dois anos, alternando-se. Cada uma dessas modalidades,
portanto, acontece a cada quatro anos.
Os Jogos Olímpicos tiveram início na
Grécia em 776 a.C., ou seja, há exatos 2.792 anos. São chamados “olímpicos”
porque se realizavam na cidade de Olímpia, que era um santuário em honra de
Zeus. Ali existiu uma das Sete Maravilhas do Mundo Antigo, a estátua de Zeus
Olímpico sentado num trono, que tinha 15 metros de altura e era toda em marfim
e ébano. Seus olhos foram compostos com pedras preciosas. Na mão direita
sustentava a estátua de Nike, deusa da vitória, e na esquerda uma esfera sobre
a qual se equilibrava uma águia. Essa imensa estátua do senhor do Olimpo – que
era a morada dos deuses helênicos – foi feita por Fídias, o mais famoso
escultor da Grécia.
FOTO 1 – Reconstrução do
centro da cidade-santuário de Olímpia, por volta de sete séculos antes de
Cristo.
FOTO 2 – Mapa do antigo
centro de Olímpia.
FOTO 3 – Estátua de Zeus
Olímpico, gigantesca, uma das Sete Maravilhas do Mundo Antigo, segundo estudos
de Johann Bernhard Fischer von Erlach (1721). O templo e a estátua foram
totalmente destruídos num terremoto.
Nos antigos jogos participavam
somente homens gregos, que competiam nus. Os “bárbaros”, tal como consideravam os estrangeiros,
eram proibidos de participar, assim como os escravos e as mulheres. A pena para
a mulher que fosse ao estádio durante os jogos, era... a morte. Conta-se a
história, não sei se verdadeira, de que uma mulher, vestida com roupas de homem,
disfarçou-se de treinador para entrar no estádio e ver o filho lutar. Este
venceu a prova. A mãe, ao aplaudi-lo, deixou cair o disfarce. Descoberta, foi
presa e condenada.
Os jogos compunham-se de quatro
modalidades de corridas pedestres, corridas equestres de bigas e de cavalo de
sela, luta, pugilato e pancrácio. O pancrácio era uma combinação de pugilato e
de luta, extremamente violenta, e o concorrente podia até mesmo morrer. Tudo
era permitido na luta, exceto enfiar dedos nos olhos, agredir a região genital,
arranhar ou morder. Quando um dos atletas não aguentava mais, ele tinha que
levantar um dedo para que o juiz percebesse e encerrasse a luta.
Os atletas tinham sempre uma entrada
triunfal, passando por um túnel (do qual hoje existe apenas um arco) que
desembocava na arena.
FOTO 4 – Vestígios do
túnel por onde os atletas passavam correndo rumo à arena.
FOTO 5 – Olhando para a
câmera, Rubens Faria Gonçalves ao lado da parede do túnel (que era inteiramente
coberto) por onde os atletas alcançavam a arena.
FOTO 6 – Francisco Souto
Neto filmando a arena. Uma construção que se vê à esquerda da foto, é a pira
que, tal como atualmente, permanecia acesa durante a realização dos jogos.
FOTO 7 – Rubens Faria
Gonçalves de costas para a arena onde aconteciam os jogos. À esquerda, no
limite da foto, o local da pira olímpica.
FOTO 8 – Atrás de
Francisco Souto Neto, ruínas da êxedra-ninfeu de Olímpia.
FOTO 9 – Rubens Faria
Gonçalves sentado onde era a entrada para uma das Sete Maravilhas do Mundo
Antigo: o templo onde estava a estátua de Zeus Olímpico. Num terremoto que
atirou as colunas ao chão (onde se encontram até hoje) o templo e a estátua
foram destruídos.
FOTO 10 – Francisco Souto
Neto e restos do templo que abrigou uma das Sete Maravilhas do Mundo Antigo.
FOTO 11 – A estátua do deus
Hermes de Olímpia com o menino Dionísio, de Praxítenes, está no Museu Arqueológico de
Olímpia.
FOTO 12 – Busto do deus
Hermes de Olímpia, cópia feita na Itália. Acervo de Francisco Souto Neto, entre os
retratos de seu avô Francisco Souto Júnior (1881-1948) e seu pai Arary Souto (1908-1963).
Hoje os Jogos Olímpicos trazem com
eles, através dos seus atletas, o símbolo da paz e da confraternização entre os
povos. Espera-se sempre que os países que hospedam as Olimpíadas saibam dar um
exemplo de civilidade para o mundo. Sempre sinto um desconforto quando me lembro
da abertura da Copa do Mundo em São Paulo, porque quando Dilma Rousseff chegou
ao estádio representando o povo brasileiro, um coro de baixo calão vindo das
arquibancadas ecoou pelo planeta. Tenho a mim que a vaia é um instrumento
válido para a democracia. A vaia dirigida a uma figura pública representa a
população insatisfeita e é legítima. Isso pode acontecer em qualquer lugar do
mundo civilizado. Entretanto, o que se ouviu naquela ocasião não foram vaias,
mas obscenidades gritadas por pais e mães que não se constrangem em dar o exemplo da
grosseria para os próprios filhos.
Por isso, temo pela abertura dos
Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro, que ocorrerá dentro de apenas três dias. O
que acontecerá quando o presidente Michel Temer for enquadrado pelas câmeras de
televisão no Estádio do Maracanã, ele que desde o primeiro dia após sua posse
como presidente interino se cercou em seus ministérios por homens envolvidos em
suspeitas, denúncias e corrupção? Desejo mais uma vez que o público não se
manifeste através de palavrões. Uma simples vaia, esta sim, é um caminho mais
civilizado do que aquele dos xingamentos nas manifestações de insatisfação.
Desejo também que nosso país
conquiste merecidas medalhas. E que, finalmente, tudo transcorra em perfeita
ordem, e o Rio de Janeiro mostre-se um cidade realmente maravilhosa para todos
os visitantes, brasileiros e estrangeiros. Quem viver verá.
OBSERVAÇÃO:
ADIANTE, O FILME FEITO POR FRANCISCO SOUTO NETO NO NAVIO VIAJANDO PARA A GRÉCIA, O DESEMBARQUE E CENAS EM KATAKOLON E NO SANTUÁRIO DE OLÍMPIA:
ADIANTE, O FILME FEITO POR FRANCISCO SOUTO NETO NO NAVIO VIAJANDO PARA A GRÉCIA, O DESEMBARQUE E CENAS EM KATAKOLON E NO SANTUÁRIO DE OLÍMPIA:
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