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FILAS, PARA QUE VOS QUERO?
ou
A FILA MAL ORIENTADA PARA OS ELEVADORES DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO PARANÁ
Iza Zilli
FILAS, PARA QUE VOS QUERO?
ou
A FILA MAL ORIENTADA PARA OS ELEVADORES DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO PARANÁ
Comendador
FRANCISCO SOUTO NETO
Creio que
recebemos a primeira noção de fila e de organização das filas ao ingressarmos
na escola. Pelo menos na minha infância foi assim. As crianças que chegavam ao
colégio ficavam brincando num pátio, até que os portões de entrada se fechavam
e um sinal sonoro era o indício para “entrarmos em forma”. Organizávamo-nos em
filas e esticávamos o braço direito com a mão repousando sobre o ombro do
colega à frente. Em seguida marchávamos rumo às respectivas salas de aula.
FOTO 1 – Crianças
em fila.
A fila é
uma instituição válida para todos os países civilizados do mundo... ou para quase todos. Na Europa, por exemplo, a
filas são respeitadas. Não existe aquilo que se vê no Brasil, de alguém na fila
do supermercado lembrar-se de que esqueceu de pegar uma determinada mercadoria,
e pedir à pessoa de trás para “guardar” o lugar até ao seu retorno. Se alguém
sair da fila, tanto lá quanto aqui, em se tratando de uma pessoa bem educada, quando
retornar deverá posicionar-se em último lugar.
Embora eu
tenha estado por várias vezes na Itália, há anos não viajo àquele maravilhoso e admirável país.
Admirável, porém indisciplinado em determinadas circunstâncias, porque os italianos
aglomeram-se em vez de formar fila, e ficam naquele bolo humano de
empurra-empurra para serem atendidos. Espero que eles tenham melhorado nos
últimos tempos, porque sob tais aspectos agem na contramão dos bons costumes
internacionais. Os franceses também nem sempre são respeitadores de filas. Os
povos de idioma germânico, os escandinavos e outros europeus, e até mesmo
orientais como os nipônicos, são invejáveis no tocante ao respeito público às
normas estabelecidas.
FOTO 2 –
Italianos aglomerados para comprar gelatto
(sorvete).
FOTO 3 – Disorganizzazione in botteghino
(desorganização na bilheteria), ou a falta de uma fila organizada.
Fila
organizada é demonstração de civilidade. Mas se ela se apresenta desorganizada,
pode gerar situações bastante esdrúxulas. Exemplo disso verifica-se no prédio
localizado na esquina da Rua Mauá com a Av. João Gualberto, um dos mais altos
de Curitiba, agora propriedade do Tribunal de Justiça do Paraná. No tempo em
que a Sadia ocupava maior parte do edifício, as filas dos elevadores que saíam
pela porta principal do prédio e se estendiam pelo lado de fora sob a galeria,
eram bem disciplinadas. Depois que o prédio foi comprado pelo TJ-PR, a fila dos
elevadores parece ter deixado de receber qualquer orientação ou organização. É
aquilo que costumo chamar – se me perdoam a expressão – de “fila burra” e que
pode ser observada principalmente quando centenas de funcionários voltam do
almoço.
A fila do
TJPR sai pela porta principal do edifício e costuma se formar em
direção à rua, criando uma barreira para as pessoas que transitam na galeria.
FOTO 4 –
Fila em lugar errado. Deveria ser orientada a formar-se junto à parede
envidraçada do prédio do TJ-PR. (Fotos de Francisco Souto Neto)
FOTO 5 –
O homem de camisa azul que caminha na galeria, encontra a obstrução causada pela
fila. Terá que pedir licença à fila para continuar andando.
FOTO 6 –
Barreira causada pela fila atravessada na galeria, dificultando o caminho dos
transeuntes. “Preciso passar. Com licença?”.
Neste
caso, seria mais cômodo aos transeuntes evitarem passar pela galeria,
preferindo caminhar pela calçada descoberta. Esta, porém, foi construída numa inclinação muito acentuada, que
certamente está em desacordo com as normas da prefeitura. Se para um homem é difícil
passar por ali, imagino que para as mulheres com seus saltos altíssimos, a
calçada é um convite para uma fratura no pé. Então, transitando com mais segurança
pela galeria, ao chegar à barreira formada pelos funcionários em fila, quase sempre
distraídos com os olhos fixos e dedos tamborilando nos seus telefones
celulares, o transeunte tem que pôr volume na voz para pedir: “com licença?”.
FOTO 7 –
Eis como a fila para os elevadores do TJ-PR se forma, atravessando a galeria e
a calçada em direção à rua, dificultando o caminho dos transeuntes. (Desenhos
de Francisco Souto Neto)
FOTO 8 –
A fila para os elevadores do TJ-PR às vezes se estende até à calçada,
atrapalhando o caminho de quem vai pela galeria.
FOTO 9 –
Antes de encontrar seu caminho paralelo ao prédio, a fila corta a galeria,
atrapalhando quem passa por ali.
FOTO 10 –
A fila para os elevadores do TJ-PR precisa ser orientada a posicionar-se rente
à parede envidraçada do edifício, deixando livre o espaço para a circulação.
É
incrível que no Tribunal de Justiça não haja alguém para disciplinar a fila da
hora do almoço, que vai margeando a Rua Mauá, às vezes se prolongando pela Av. João
Gualberto, onde vira com as costas para o Cabral, igualmente atrapalhando o
trânsito de quem circula por aquele outro lado do quarteirão.
A solução
seria simplíssima se alguém, no Tribunal de Justiça, tiver a brilhante ideia de
orientar o pessoal a fazer a fila rente à parede envidraçada do prédio. Não
mais do que dois ou três pedestais organizadores de filas, como aqueles com faixas
ou cordões usados no hall de recepção do prédio, bastariam para sinalizar o
local correto onde se posicionarem os pobres funcionários com suas
identificações penduradas no pescoço, que esperam pelos poucos elevadores do
prédio mais alto do bairro.
FOTO 11 –
Heureca!
FOTO 12 –
Solução trivial e a fila organizada junto à parede.
O
presidente atual do Tribunal de Justiça do Paraná, o desembargador Paulo
Roberto Vasconcelos (aquele senhor que fisicamente se assemelha ao Barão do Rio
Branco), poderia impor a ordem na fila dos elevadores, porém provavelmente um
presidente não se ocupará de questões tão prosaicas. Mas estou certo de que
outros desembargadores (e há alguns deles, receptivos e simpáticos, que almoçam
nos restaurantes da região) poderão encaminhar estas sugestões às pessoas
certas da administração do prédio, pedindo-lhes uma solução.
Se as
centenas de funcionários do TJ-PR aprenderem que naquele caso a fila deve
correr junto à parede do edifício sem obstruir a passagem de outros cidadãos
que andam pela galeria nos “horários de pico”, estarão dando mais um passo rumo
à boa educação, à disciplina, à cidadania e até mesmo... à acessibilidade.
-o-
OBSERVAÇÃO
ACRESCENTADA EM 16.3.2016
Em apenas uma semana o TJ-PR tomou providências que me
surpreenderam: indo além das minhas sugestões, colaram-se placas de acrílico na
parede do edifício, como se vê na foto abaixo:
"POR GENTILEZA: Filas do elevador devem ser formadas ao lado da parede".
(Foto de 16.3.2016)
(Foto de 16.3.2016)
A fila agora perfeitamente
organizada junto à parede do prédio do TJ-PR. O jovem casal de transeuntes, à
esquerda, pode doravante transitar tranquilamente pelo espaço público da galeria. (Foto de 21.3.2016)
Como não bastasse, mudaram a direção da fila que sempre se
formava rumo à esquina da Av. João Gualberto, orientando-a para o lado da Rua
Campos Sales, que é uma área menos movimentada. Agradeço à Ouvidoria do TJ-PR, ao seu presidente Dr. Paulo
Roberto Vasconcelos, ao desembargador Dr. Domingos José Perfetto, e aos demais que tomaram
conhecimento do meu artigo, e cumprimento-os por resolverem prontamente a situação incômoda que se arrastava há
anos.
ADENDO ACRESCENTADO EM
19.3.2016
No dia 17 de março de 2016, Francisco
Souto Neto (o autor do artigo acima) em sua reunião mensal na Academia de
Letras José de Alencar, da qual é membro e a cuja diretoria pertence, contou a
seus pares, por sugestão da presidenta da instituição Drª Anita Zippin, o
episódio da “fila indisciplinada” do TJ-PR, que há dois ou três anos perturbava
o trânsito de pedestres em determinado horário, e que foi resolvido graças ao
artigo em questão. As reuniões são costumeiramente filmadas, e tal fragmento
encontra-se no YouTube, neste link:
-o-
Caro Souto Neto,
ResponderExcluirEducação e inteligências andas de mãos dadas e facilitam sobremodo nossa vida. Além de evidenciarem civilidade.
Parabéns pela percepção e sugestão acolhida em boa hora pelo TJPR.
Abraços,
Joaquim
(Cardoso Filho)
Caro confrade e amigo Joaquim, muito obrigado por ter lido o artigo e por suas generosas palavras de estímulo. Um grande abraço.
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