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EDIFÍCIO OÁS, QUE VIRÁ
A SER O MAIS ALTO DE CURITIBA E DO PARANÁ
por Francisco Souto Neto
Desde minha infância tive fascínio por
arranha-céus. Na década de 50 o prédio mais alto do Brasil era o Altino
Arantes, sede do Banco do Estado de São Paulo, na capital
paulista.
Sua construção começou em 1939 e foi
inaugurado oito anos depois, em 1947, com 35 andares e 161 metros de altura. Inspirado no Empire State
Building de Nova York, foi considerado a maior construção de concreto armado do
mundo e tornou-se o prédio mais alto do Brasil.
No começo da década de 50, eu ainda
menino, numa das ocasiões em que viajamos a São Paulo para visitarmos minha avó
paterna, pedi a meus pais que me levassem ao terraço do Altino Arantes, que eu
sabia ser aberto à visitação pública. Fomos e extasiei-me com o prédio e com a
vista da deslumbrante capital paulista.
O Edifício Altino Arantes, depois
conhecido como Edifício Banespa e hoje chamado de Farol Santander, foi durante 19
anos o mais alto da cidade, até ser superado pelo Mirante
do Vale, em 1966.
Com o formato de uma caixa de
fósforos, inteiramente recoberto por vidros, o Mirante do Vale, com 51 andares
e 170 metros de altura, reinou como o prédio mais
alto de São Paulo e do Brasil durante longos 48 anos – quase meio século! – até
que em 2014 inaugurou-se em Balneário Camboriú o maior edifício do Brasil, o Millenium
Pálace com 177 metros e 46 andares. Em apenas oito anos (de
2014 até agora, 2022), houve um boom de construções altíssimas no referido balneário catarinense, com
edifícios imensos, seis deles ultrapassando o Millenium e alguns quase chegando aos 300
metros de altura.
Em Curitiba, e por extensão no Paraná,
as construções de edifícios nunca tiveram altura notável. Claro que por motivos
variados as construções baixas devem ser sempre preferidas às de arranha-céus,
porque estes podem provocar sérios problemas ambientais que incluem
sombreamento, consequências sobre os sistemas de água e esgoto, circulação de
veículos no entorno, e até poluição do ar, dentre outros. Contudo, os
megaedifícios são tidos como símbolos de prosperidade, de status de metrópole,
e até de incremento ao turismo, dentre outros variados benefícios. Entretanto
não me alongarei nesses detalhes que são de fato discutíveis. Refiro-me neste
texto, simplesmente, ao meu antigo encantamento pela Arquitetura e pelas
possibilidades que esta confere à criatividade sob o ângulo da arte.
O edifício mais alto de Curitiba e do
Paraná é o Universe Life Square, com 152 metros, inaugurado em 2016. A fotografia abaixo, não mostra que o prédio tem faces
(frente e verso) dissemelhantes, mas seu aspecto é admirável e com criatividade nos traços
arquiteturais.
Em Ponta Grossa
O reinado do Universe Life Square
como o prédio mais alto do Paraná, entretanto, será muito curto. A novidade vem
agora do interior do Estado, mais exatamente de Ponta Grossa. Há alguns anos,
creio que antes da pandemia, eu soube de fontes fidedignas que seria construído
naquela cidade o edifício mais alto do Estado do Paraná. Fiquei muito surpreso,
pois Ponta Grossa é onde passei minha infância e residi até meados da década de
70. Lembro-me de quando existiam apenas dois edifícios “altos” dotados de
elevador em Ponta Grossa: eram o Edifício Santana, com 4 andares, e o Edifício
Ópera, com 4 andares de apartamentos mais um mezzanino comercial, ambos na Rua
15 de Novembro e erguidos no fim da década de 40.
Em meados dos anos 50 foi erguido o
Edifício Marieta, com 15 andares. O chiste que corria na época, na verdade um
bairrismo com ares de superioridade, dizia: “O Edifício Marieta está fazendo
sombra em Castro”.
Pois então agora, usando daquele antigo
linguajar jocoso, “Ponta Grossa fará sombra sobre Curitiba”: trata-se do Vogue
Square Garden, com 170
metros e 50 andares, que está sendo
construído e que se encontra já no 15º pavimento.
Basta lembrar que em Curitiba o maior
prédio, o Universe Life Square, tem 152 metros, e que os 170 metros do Vogue em Ponta Grossa será a altura do
Mirante do Vale, em São Paulo, que durante quase meio século foi o prédio mais
alto do Brasil. Então o Vogue Square Garden será tão alto quanto o Mirante do
Vale e muito mais alto do que o atual maior de Curitiba, o Universe Life
Square, este com 152 metros.
Lançado o Edifício Oás em Curitiba
Mas o reinado do ponta-grossense
Vogue Square Garden terá curta duração, pois há apenas dois meses ocorreu um
verdadeiro alvoroço de boatos no mercado imobiliário de Curitiba e em agosto
houve o pré-lançamento de um prédio que será o mais alto do Paraná: trata-se do
Edifício
Oás, com 179 metros e 50 andares, que superará o atual mais alto de São Paulo, que é o
Platina, com 172 metros e também ultrapassará em exatos 20 metros o atual
mais alto do Paraná e o maior de Curitiba, o Universe Life Square.
O Oás (nome inspirado no vocábulo "oásis") será erguido na Rua Padre Anchieta nº 2727, no bairro Champagnat, um dos ótimos bairros de Curitiba.
Eu soube dessa novidade através do
canal do YouTube “Fala JC”, que sigo há anos, no qual o jovem Jeferson Cherobin filma com
drones e fala sobre os mais impressionantes edifícios em construção em
Balneário Camboriú. “Fala JC” tem vindo a Curitiba para registrar o ritmo da
construção do Edifício Age 360, no bairro Ecoville, e agora divulgou antes
mesmo de seu pré-lançamento, dados sobre o futuro Edifício Oás.
Entrei em contato com a construtora
GT Building, responsável pela construção do Oás, e a atenciosa corretora de imóveis
Júnia Santana me enviou farta documentação sobre os apartamentos da nova atração da arquitetura curitibana.
A GT Building chamara minha
atenção quando anunciou o lançamento do Edifício Casa Milano, já em construção,
que será um dos prédios com aspecto mais inovador de Curitiba. Agora, superando os óbices da prefeitura que impedem a construção de altos prédios em nossa
capital, erguerá um, o Oás, que chamará a atenção de arquitetos do Estado do Paraná e, talvez,
de todo o país. Meus parabéns à GT Building pela iniciativa.
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