quarta-feira, 7 de setembro de 2022

EDIFÍCIO OÁS, QUE VIRÁ A SER O MAIS ALTO DE CURITIBA E DO PARANÁ, por Francisco Souto Neto.

 

Maquete do Edifício Oás, com 50 andares e 179 metros, que virá a ser o mais alto de Curitiba e do Paraná. 

 

Comendador Francisco Souto Neto

 

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EDIFÍCIO OÁS, QUE VIRÁ A SER O MAIS ALTO DE CURITIBA E DO PARANÁ


por  Francisco Souto Neto

 

Desde minha infância tive fascínio por arranha-céus. Na década de 50 o prédio mais alto do Brasil era o Altino Arantes, sede do Banco do Estado de São Paulo, na capital paulista.


Edifício Altino Arantes (ex-Banespa, atual Santander) em São Paulo (foto da internet).


Sua construção começou em 1939 e foi inaugurado oito anos depois, em 1947, com 35 andares e 161 metros de altura. Inspirado no Empire State Building de Nova York, foi considerado a maior construção de concreto armado do mundo e tornou-se o prédio mais alto do Brasil.

No começo da década de 50, eu ainda menino, numa das ocasiões em que viajamos a São Paulo para visitarmos minha avó paterna, pedi a meus pais que me levassem ao terraço do Altino Arantes, que eu sabia ser aberto à visitação pública. Fomos e extasiei-me com o prédio e com a vista da deslumbrante capital paulista.

O Edifício Altino Arantes, depois conhecido como Edifício Banespa e hoje chamado de Farol Santander, foi durante 19 anos o mais alto da cidade, até ser superado pelo Mirante do Vale, em 1966.


Edifício Mirante do Vale, em São Paulo (foto da internet),

Com o formato de uma caixa de fósforos, inteiramente recoberto por vidros, o Mirante do Vale, com 51 andares e 170 metros de altura, reinou como o prédio mais alto de São Paulo e do Brasil durante longos 48 anos – quase meio século! – até que em 2014 inaugurou-se em Balneário Camboriú o maior edifício do Brasil, o Millenium Pálace com 177 metros e 46 andares. Em apenas oito anos (de 2014 até agora, 2022), houve um boom de construções altíssimas no referido balneário catarinense, com edifícios imensos, seis deles ultrapassando o Millenium e alguns quase chegando aos 300 metros de altura.



No Paraná

Em Curitiba, e por extensão no Paraná, as construções de edifícios nunca tiveram altura notável. Claro que por motivos variados as construções baixas devem ser sempre preferidas às de arranha-céus, porque estes podem provocar sérios problemas ambientais que incluem sombreamento, consequências sobre os sistemas de água e esgoto, circulação de veículos no entorno, e até poluição do ar, dentre outros. Contudo, os megaedifícios são tidos como símbolos de prosperidade, de status de metrópole, e até de incremento ao turismo, dentre outros variados benefícios. Entretanto não me alongarei nesses detalhes que são de fato discutíveis. Refiro-me neste texto, simplesmente, ao meu antigo encantamento pela Arquitetura e pelas possibilidades que esta confere à criatividade sob o ângulo da arte.

O edifício mais alto de Curitiba e do Paraná é o Universe Life Square, com 152 metros, inaugurado em 2016. A fotografia abaixo, não mostra que o prédio tem faces (frente e verso) dissemelhantes, mas seu aspecto é admirável e com criatividade nos traços arquiteturais.


Universe Square Life, em Curitiba, como o vejo - semi encoberto - de uma das janelas do meu apartamento. Foto (detalhe) de Rubens Faria Gonçalves.

Em Ponta Grossa

O reinado do Universe Life Square como o prédio mais alto do Paraná, entretanto, será muito curto. A novidade vem agora do interior do Estado, mais exatamente de Ponta Grossa. Há alguns anos, creio que antes da pandemia, eu soube de fontes fidedignas que seria construído naquela cidade o edifício mais alto do Estado do Paraná. Fiquei muito surpreso, pois Ponta Grossa é onde passei minha infância e residi até meados da década de 70. Lembro-me de quando existiam apenas dois edifícios “altos” dotados de elevador em Ponta Grossa: eram o Edifício Santana, com 4 andares, e o Edifício Ópera, com 4 andares de apartamentos mais um mezzanino comercial, ambos na Rua 15 de Novembro e erguidos no fim da década de 40.

Em meados dos anos 50 foi erguido o Edifício Marieta, com 15 andares. O chiste que corria na época, na verdade um bairrismo com ares de superioridade, dizia: “O Edifício Marieta está fazendo sombra em Castro”.

Pois então agora, usando daquele antigo linguajar jocoso, “Ponta Grossa fará sombra sobre Curitiba”: trata-se do Vogue Square Garden, com 170 metros e 50 andares, que está sendo construído e que se encontra já no 15º pavimento.


Maquete do Vogue Square Garden, em Ponta Grossa.

Basta lembrar que em Curitiba o maior prédio, o Universe Life Square, tem 152 metros, e que os 170 metros do Vogue em Ponta Grossa será a altura do Mirante do Vale, em São Paulo, que durante quase meio século foi o prédio mais alto do Brasil. Então o Vogue Square Garden será tão alto quanto o Mirante do Vale e muito mais alto do que o atual maior de Curitiba, o Universe Life Square, este com 152 metros.


Lançado o Edifício Oás em Curitiba

Mas o reinado do ponta-grossense Vogue Square Garden terá curta duração, pois há apenas dois meses ocorreu um verdadeiro alvoroço de boatos no mercado imobiliário de Curitiba e em agosto houve o pré-lançamento de um prédio que será o mais alto do Paraná: trata-se do Edifício Oás, com 179 metros e 50 andares, que superará o atual mais alto de São Paulo, que é o Platina, com 172 metros e  também ultrapassará em exatos 20 metros o atual mais alto do Paraná e o maior de Curitiba, o Universe Life Square.

O Oás (nome inspirado no vocábulo "oásis") será erguido na Rua Padre Anchieta nº 2727, no bairro Champagnat, um dos ótimos bairros de Curitiba.

Maquete do Edifício Oás, que será o maior de Curitiba e do Paraná.

Como será o Edifício Oás.

Eu soube dessa novidade através do canal do YouTube “Fala JC”, que sigo há anos, no qual o jovem Jeferson Cherobin filma com drones e fala sobre os mais impressionantes edifícios em construção em Balneário Camboriú. “Fala JC” tem vindo a Curitiba para registrar o ritmo da construção do Edifício Age 360, no bairro Ecoville, e agora divulgou antes mesmo de seu pré-lançamento, dados sobre o futuro Edifício Oás.

Entrei em contato com a construtora GT Building, responsável pela construção do Oás, e a atenciosa corretora de imóveis Júnia Santana me enviou farta documentação sobre os apartamentos da nova atração da arquitetura curitibana.

A GT Building chamara minha atenção quando anunciou o lançamento do Edifício Casa Milano, já em construção, que será um dos prédios com aspecto mais inovador de Curitiba. Agora, superando os óbices da prefeitura que impedem a construção de altos prédios em nossa capital, erguerá um, o Oás, que chamará a atenção de arquitetos do Estado do Paraná e, talvez, de todo o país.  Meus parabéns à GT Building pela iniciativa.

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