Comendador Francisco Souto Neto
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SAUDADE
DE MINHA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA
NA
RUA AUGUSTO RIBAS Nº 571,
EM
PONTA GROSSA, PR.
Francisco Souto Neto
Neste tempo de pandemia, há quase um
ano em isolamento social, irritado e estressado com nosso maldito governo,
tenho estado nostálgico e bastante reflexivo. Vivi três épocas diferentes em P.
Grossa, e a mais marcante pelas lembranças da minha família foi aquela em que
moramos na Rua Augusto Ribas, entre final de 1955 até aproximadamente 1962.
Lamentavelmente os amigos dos meus pais, assim como eles próprios, já se foram
(se vivos, teriam hoje mais de 100 anos). Os acontecimentos sociais somados a
praticamente tudo o que gravitava ao redor da “jeunesse dorée” da década de 50
caiu no esquecimento. Por isso resolvi rememorar aqui no Facebook um pouco dos
tempos mágicos da Rua Augusto Ribas.
Nesta foto, eu
entre os 12 e os 13 anos, entrando em casa com minha mãe.
Numa tarde chuvosa
de 1957, Mamãe (de capa escura) e minha irmã Ivone (de capa clara) atravessam a
Rua Augusto Ribas em direção à Bombonière da Anastácia, que ficava ao lado do
Edifício Ópera (o prédio de 4 andares, 5 com o mezzanino) na esquina com a Rua
XV. Tirei esta foto da janela da minha casa.
Papai numa foto 3x4
de 1958.
Papai lendo.
Mamãe na sala de jantar.
Meu irmão Olímpio,
10 anos mais velho, dava lindas festas naquela grande sala, às vezes à luz de
velas, e minha mãe servia quitutes enquanto os casais dançavam, vigiados pelos
olhos atentos do meu pai... Na foto, meu irmão naquela sala, ouvindo um disco
de Jane Froman.
Minha irmã Ivone em
casa.
Ivone em casa.
Eu aos 16 anos,
entrando em casa. Naquele tempo, garotos como eu já usavam terno e gravata...
com colete. O lindo casarão que aparece ao fundo, do outro lado da rua,
pertenceu ao Sr. Antônio Vendrami.
Eu no barzinho que
tínhamos num canto da sala.
Em 1986 estive em
Ponta Grossa, e naquela ocasião fui fotografar a casa onde morei, no nº 571 da
Rua Augusto Ribas. Por aquele portão acessava-se a escadaria, bem alta, que
levava ao 1º andar, onde morávamos. Apesar da altura, tínhamos lá um lindo e
grande quintal com jardim, horta, e até um galinheiro ao fundo. Naquele quintal
vivia o nosso cachorro Cacique, que dormia numa casa ao lado do galinheiro. A
Sweet dormia dentro de casa. As portas na calçada eram da entrada dos nossos
vizinhos, a família Pereira Jorge. Depois desta família, mudou-se para ali o
casal Jayme Strozzi e nossa velha amiga Lourdes Rocha Strozzi. O pedaço do
prédio que aparece à esquerda, pintado de azul pálido, era a Câmara Municipal
(e antes dela tinha sido a sede do Clube Thalia).
A escada que levava
à minha casa, no 1º andar. Após a escadaria, uma passarela conduzia à entrada
da sala. Na parte em que a casa ficava mais estreita (que não aparece nestas
fotos), havia mais duas portas. Uma, da copa para o quintal. E outra de uma
saleta, que ficava entre a cozinha e o quarto e banheiro de empregada, dando
mais para o fundo do quintal.
Apenas dois anos
depois, em 1986, retornei a Ponta Grossa, agora a trabalho (eu era Assessor
para Assuntos de Cultura da diretoria do Banestado) e fui rever a
"minha" casa... Tristeza, tristeza, ela estava em demolição. A escada
encontrava-se assim:
Com grande
dificuldade subi equilibrando-me sobre os tijolos que escondiam os degraus e
fui me despedir da casa amada. Este era o corredor de entrada à casa, vendo-se
do outro lado da rua, aquela que pertenceu ao Sr. Vendrami.
A casa era muito
extensa. Aqui, vê-se à esquerda ainda um pouco da grama do quintal. Para tirar
esta foto, fiquei onde estava o quarto de empregada, e atrás de mim o banheiro
de empregada. Havia uma saleta entre a cozinha e o quarto de empregada, que
usávamos como uma despensa, com armários. O batente da porta, a única estrutura
da casa que ainda estava em pé, era de uma das duas portas que levavam ao
quintal. Esse batente, isolado e em pé no meio ao caos, não lembra o misterioso
monólito do filme “2001 – Uma Odisseia no Espaço”?
Foto aérea que
mostra o telhado da minha casa na Rua Augusto Ribas e o quintal, entre a XV de
Novembro (em cuja esquina vê-se o Edifício e Cine-Teatro Ópera) e a Marechal
Deodoro (onde era a casa do General e o casarão que é agora Centro Europeu). À
esquerda da minha residência, é a casa de Dª Sinhazinha Ribas. Deste ângulo
parecem juntas, mas eram separadas por uma distância razoavelmente grande. A
construção da esquina à direita, era a Câmara Municipal, que anteriormente
tinha sido a sede do Clube Thalia. A casinha no fundo do meu quintal, que
assinalei em amarelo, era metade um quarto de despejo, e outra metade a casa do
nosso cachorrão Cacique. (P.S.: No quarteirão abaixo da Rua XV está o enorme
Cine Ópera. Assinalei ali, em cor laranja, a entrada para a Rádio Central do
Paraná, da qual meu pai era diretor. De casa até à Rádio eram apenas uns 100
metros).
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