quinta-feira, 2 de novembro de 2017

O ANJINHO DE PETRÓPOLIS por FRANCISCO SOUTO NETO para o PORTAL IZA ZILLI.


O Anjinho de Petrópolis (foto Alexandre Crius)

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Comendador Francisco Souto Neto


O Anjinho de Petrópolis


Francisco Souto Neto

Hoje, 2 de novembro de 2017, Dia de Finados, recebi através do advogado e pesquisador Lauro Barreto, uma reportagem de Aline Rickly, que trabalha na Rede Globo (G1) de Petrópolis, RJ, sobre um meu tio-avô Francisco José Alves Souto Filho, que faleceu aos três meses de idade há 145 anos e está sepultado no Cemitério Municipal de Petrópolis, onde é conhecido pela população como “Anjinho de Petrópolis”, a quem são atribuídas muitas graças alcançadas pelos fiéis e milagres. Eu desconhecia que meu bisavô, Francisco José Alves Souto, 6º filho do Visconde de Souto, tivera esse primogênito que recebeu no batismo o nome de Francisco José Alves Souto Filho. Eu e meus familiares soubemos disso somente em 2013, graças às pesquisas de Lauro Barreto e da jornalista Aline Rickly. Esta trabalhava no jornal Tribuna de Petrópolis (agora está na Rede Globo de Petrópolis) e publicou várias reportagens sobre o “Anjinho de Petrópolis”, que alcançaram a mídia nacional.

O espaço da minha coluna destina-se hoje a transcrever a reportagem de Aline Rickly estampada nesta manhã no G1 Petrópolis. Tanto Aline quanto Lauro Barreto estão mencionados na biografia Visconde de Souto – Ascensão e “Quebra” no Rio de Janeiro Imperial, da Editora Prismas.
Abaixo, a coluna de Aline Rickly.

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globo.com  g1

Túmulo de bebê que morreu em 1872 atrai devotos que deixam presentes após pedidos atendidos
No Dia de Finados, G1 acompanha histórias de quem afirma que recebeu milagre do 'Anjinho', neto de um amigo de D. Pedro II, que está enterrado no Cemitério Municipal de Petrópolis, no RJ.

Por Aline Rickly, G1, Petrópolis
02/11/2017 07h00  Atualizado há 2 horas

Túmulo de 'Anjinho' é um dos mais visitados em Petrópolis, no RJ (Foto: Rogério de Pauta/Inter TV)

O túmulo de Francisco José Alves Souto Filho, bebê que morreu aos três meses de idade há 145 anos, na Região Serrana do Rio, atrai devotos e presentes de fiéis que afirmam que tiveram pedidos atendidos por ele. A criança foi enterrada no Cemitério Municipal de Petrópolis. Em sua sepultura, está a escultura de um anjo, o que gerou o apelido de 'Anjinho'.
De acordo com a Prefeitura, o atestado de óbito diz que a criança morreu por congestão pulmonar. No túmulo consta que a data da morte foi em 9 de abril de 1872. Neste Dia de Finados, o G1 acompanha histórias de quem afirma que recebeu o milagre deste anjinho, que era neto de um dos amigos de D. Pedro II.

"Meu marido conseguiu um emprego! Ele estava desempregado há dois anos. Quando fiz o pedido no túmulo do bebê, na mesma semana ele recebeu uma ligação com a proposta de trabalho", contou a chefe do Arquivo Histórico da Biblioteca Municipal de Petrópolis, Mariza Gomes.

Após ter o pedido atendido, ela disse que foi até o túmulo da criança e deixou flores azuis como forma de agradecimento.
Já o advogado e pesquisador, Lauro Barretto, afirma que relutou em acreditar que uma criança que morreu aos três meses pudesse "fazer milagres". Ele disse que depois de ouvir muitos relatos, resolveu fazer uma tentativa.

"O anjinho de Petrópolis atendeu minhas orações, pelo menos uma vez. Creio que realmente ele também é milagroso", afirmou Lauro, que deixou um brinquedo no túmulo do bebê.

O advogado fez uma pesquisa sobre a história da criança e encontrou as informações do livro onde consta o óbito dele, que está na Catedral São Pedro de Alcântara. O pesquisador também chegou até um sobrinho-neto do anjinho que mora em Curitiba, Francisco Souto Neto.

Documento na Catedral São Pedro de Alcântara, em Petrópolis, RJ, consta o óbito do bebê e a causa da morte (Foto: Arquivo/Lauro Barretto)

Origem da crença popular

A crença pela história do anjinho surgiu há mais de 40 anos, segundo o autônomo Antônio de Souza Lira, de 53 anos, que trabalha com limpeza e manutenção de sepulturas. Ele contou que começou com o pai dele, que trabalhava como marmorista e foi o primeiro a se tornar devoto da criança.

"Meu pai contava que um dia passou em frente a sepultura e viu que estava abandonada, então resolveu limpá-la e fez um pedido ao bebê e recebeu a graça. Desde então, começou a cuidar do túmulo e chegou até a reformar a sepultura. Depois que morreu, 13 anos atrás, a responsabilidade passou para mim", disse Antônio.

Túmulo de 'Anjinho' é limpo com carinho no cemitério de Petrópolis, no RJ (Foto: Rogério de Paula/Inter TV)

Ele contou que sempre usa cloro e água para limpar a sepultura, e em datas como Dia dos Pais, Mães e Finados capricha ainda mais.
"Acredito no poder do anjinho e que ele pode interceder junto a Deus para atender os pedidos, assim como todos os santos. Sem fé não somos ninguém", afirma.

Sobrinho-neto não sabia do 'Anjinho'

 
Sobrinhos-netos do 'Anjinho', moradores de Curitiba, ao saberem da existência do bebê, em 2013, acrescentaram a informação no livro que conta a história de Visconde do Souto, amigo de D.Pedro II e avô da criança (Foto: Francisco Souto Neto/Arquivo Pessoal)

Francisco José Alves Souto Filho, o anjinho, é filho do casal Francisco José Alves Souto e Maria Luiza de França e Silva.
Sobrinho-neto da criança, o aposentado Francisco Souto Neto, disse que depois da morte de Maria Luiza, Francisco José Alves Souto (pai do anjinho) se casou com Maria da Lapa e teve cinco filhos.
De acordo com o aposentado, o bebê era neto do Visconde do Souto, que, segundo ele, era considerado como um dos três amigos verdadeiros do Imperador D. Pedro II.

Biografia do Visconde de Souto

Sobrinhos-netos do 'Anjinho', Francisco Souto Neto e Lúcia Helena Souto Martini, lançaram no dia 12 de outubro deste ano uma biografia sobre o Visconde de Souto, avô do bebê milagreiro e amigo de D. Pedro II. Francisco Neto explica que foram mais de 600 livros pesquisados, além de incontáveis jornais.
"A pesquisa começou em 2006. No ano seguinte, começamos escrever o livro e só agora, em 2017, é que lançamos", disse ele, acrescentando que, mesmo diante de tanta pesquisa, até 2013 ele e a prima não sabiam do casamento de Francisco José Alves Souto com Maria Luiza, nem do nascimento do 'Anjinho'.
"Com o tempo, os fatos históricos sobre a família vão se perdendo. E só obtivemos esta informação depois que fomos procurados pelo pesquisador Lauro Barretto. Ainda a tempo de incluir como nota pé na biografia", afirma.
O aposentado disse que toda a família ficou surpresa e emocionada ao saber da história do bebê.

"É interessantíssimo saber que um parente nosso é conhecido por conceder milagres às pessoas. Eu e Lúcia Helena temos planos de ir a Petrópolis para levar flores ao túmulo do nosso tio-avô", disse.

3 comentários:

  1. Caro Souto,
    História muito interessante, carregada de mistério que instiga nossa imaginação e desafia o entendimento.

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  2. Caríssimo colega acadêmico Cardoso Filho, muito grato por sua apreciação. Como diria Shakespeare, "há mais mistérios entre o céu e a terra do que supõe a nossa vão filosofia". Um grande abraço.

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    1. "...do que supõe a nossa VÃ filosofia". Desculpe-me pela digitação descuidada.

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