PORTAL IZA ZILLI
Portal Iza Zilli de 10.1.2016
Iza Zilli
Comendador FRANCISCO SOUTO NETO |
AS VOLTAS QUE O MUNDO DÁ
As novidades
parecem ser sempre bem-vindas aos mais jovens, mas em se tratando de trabalho
formal, todos costumam ser resistentes a novas regras. Afirmo isso como
bancário que fui durante 30 anos. Trabalhei no Banestado – o extinto Banco do
Estado do Paraná – até aposentar-me em 1991.
A novidade do computador
Durante
o governo Jaime Canet Júnior (de 15.3.1975 a 14.3.1979) meu cargo era de
Assessor de Diretor e eu atuava com Ivo Meirelles de Almeida, que respondia
pela Diretoria de Crédito Rural na referida instituição bancária. Era o período
da ditadura militar. Em 15.3.1979 Nei Braga foi eleito indiretamente para o
governo do Paraná, que nomeou Lourival Guebert para assumir a diretoria onde eu
trabalhava. Foi durante esse período que os técnicos do Banestado visitaram-me
em meu gabinete, informando-me que iriam instalar computadores nas mesas de
trabalho de todas as diretorias do banco. Minha reação foi: “Na minha mesa,
não!”. A reação do diretor foi idêntica: “Na minha mesa também não”. Os
técnicos argumentavam: “Mas o computador vai ser muito bom para todos, que
receberão aulas para aprenderem a utilizá-lo”... Eu e meu diretor fomos
inflexíveis: “Não!”. Eu estava decidido
a jamais pôr as mãos naquela engenhoca desagradável a que chamavam de
computador.
Com a passagem
dos anos eu viria a compreender que o computador iria reger o mundo e que todos
nós dependeríamos de tal tecnologia. Embora eu trabalhasse em tempo integral no
Banestado, nos finais de semana me dedicava à coluna “Expressão & Arte” que
eu assinava no Jornal Indústria & Comércio a convite de Aroldo Murá. Naquela
década nós, jornalistas, datilografávamos nossas matérias em laudas de papel-jornal,
que levávamos à redação, onde as equipes de linotipistas transcreviam esses
textos para que fossem impressos.
Somando esforços com Iza Zilli
Não me recordo quando, talvez no
começo da década de 80, minha amiga Iza Zilli tinha oito páginas no Jornal do
Estado para publicar as suas matérias. Como tal espaço jornalístico era
vastíssimo, convidou-me a inserir ali um apêndice da minha coluna. Assim,
durante certo tempo eu e Iza somamos nossos trabalhos.
Francisco Souto Neto e Iza
Zilli
na segunda metade da década de 80.
na segunda metade da década de 80.
Naquela época
a minha coluna “Expressão & Arte”, que era publicada em meia página (depois
página inteira), encontrava-se em franca ampliação. Estava também na revista
Charme, e aos sábados era levada ao ar por mim mesmo na Rádio Estadual, a
convite de Eron da Luz Trindade e Sale Wolokita, na gestão de René Dotti na Secretaria
de Estado da Cultura. Essa variante radiofônica da minha coluna tinha a função
de me treinar para que em alguns meses eu inaugurasse “Expressão & Arte” na
TV Cultura (Estadual). Portanto, publicar meus textos também na coluna da Iza, ajudaria
a ampliar o meu leque de leitores.
O universalismo da internet
A certa
altura, não sei precisar em que ano, disseram-me na redação do jornal que eu
era o único jornalista de Curitiba que não usava o computador para escrever as
matérias. Em vista disso, resolvi comprar a moderna geringonça. Escrevi meu
texto e aprendi a transferi-lo para um disquete, que eu levava pessoalmente à
redação do jornal, então instalado na Rua Comendador Araújo. Com a passagem das
semanas, os meus amigos da redação do jornal fizeram-me ver que eu não
precisaria ter o trabalho de atravessar a cidade para levar-lhes o disquete com
meus escritos e fotos. Bastaria integrar-me à internet para enviar-lhes a
matéria em um segundo, simplesmente acionando um botão
Eu, que até
então usava o meu computador apenas como um substituto da máquina
datilográfica, descobri que a minha conexão à internet era muito mais do que
isto. Representava ter o universo inteiro ao alcance das mãos.
Muito tempo
depois, por volta de 2010, conversando com Iza Zilli, contou-me a minha amiga
que as pessoas estavam preferindo a internet, e não a imprensa tradicional,
para a veiculação dos seus assuntos. Essa assertiva foi-se confirmando com a
passagem do tempo. Lembrei-me disso quando li a notícia de que o
tradicionalíssimo e respeitado Jornal do Brasil, do Rio de Janeiro, deixaria de
circular no papel e que passaria a existir apenas virtualmente na internet.
Levei um susto. Mas essa diminuição – melhor seria dizer desaparecimento – da
forma física dos jornais está se ampliando. Basta dizer que a partir do
corrente mês, dezembro de 2015, desapareceu e edição dominical da Gazeta do
Povo. Se Dino Almeida e Juril Carnasciali estivessem ainda entre nós e ouvissem
essa notícia, certamente gritariam em uníssono: “Não acreditamos”.
Olhando para o futuro
Mas assim é. Diminui
a importância da notícia no papel e cresce desmesuradamente na tela do
computador.
Os acadêmicos Francisco Souto Neto e Iza Zilli
em foto atual na Academia de Letras José de Alencar.
em foto atual na Academia de Letras José de Alencar.
É neste embalo
que Iza Zilli está hoje inaugurando o seu Portal na web. Uma vez mais minha amiga me convida para caminharmos lado a
lado nessa novíssima jornada cibernética. Este novo caminho é muito promissor e
universalizado porque, no prodígio da atual tecnologia, nossas palavras poderão
ser alcançadas instantaneamente por qualquer pessoa em qualquer parte do mundo.
Iza tem tudo
para fazer do seu Portal um sucesso em acessos não apenas por parte dos seus
amigos de Curitiba e do Paraná, mas de pesquisadores incógnitos pelo mundo
afora. Vamos todos tentar influir para que o interesse pelo Portal Iza Zilli só
faça por se multiplicar a cada nova edição.
Sucesso, amiga
Iza!
-o-
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