INTRODUÇÃO AO BLOG
“CRÔNICAS E ARTIGOS NÃO
PUBLICADOS EM JORNAIS E REVISTAS”
Francisco Souto Neto
Francisco Souto Neto
Este ano de
2015 será o marco de uma mudança radical em meu histórico jornalístico, pois
estou iniciando hoje este blog que se chamará “Crônicas e artigos não publicados”.
Entenda-se: não publicadas em jornais ou revistas, e sim no abstrato da web.
A imprensa, desde que me tornei jornalista, tinha apenas três variantes de manifestações que se limitavam a estes adjetivos: escrita, falada e televisionada. Hoje há uma quarta versão para imprensa: a digital, de certo modo abstrata, que se encontra apenas na internet e que é alcançada unicamente através de computadores.
A imprensa, desde que me tornei jornalista, tinha apenas três variantes de manifestações que se limitavam a estes adjetivos: escrita, falada e televisionada. Hoje há uma quarta versão para imprensa: a digital, de certo modo abstrata, que se encontra apenas na internet e que é alcançada unicamente através de computadores.
Os jornalistas mais tradicionais, entretanto, consideravam que
apenas aquilo que se publicava em jornais e revistas representava a imprensa
autêntica, porque a falada e a televisionada seriam nada mais do que palavras ao vento. Mesmo quando já
era possível gravar-se em fita algo do que se dissesse no rádio, não era comum
gravarem-se programas radiofônicos inteiros. Na década de 40, aquilo que se
falava e se via na televisão perdia-se no ar e na memória, pois o VHS ainda não
fora inventado. Basta observar que do dia em que foi inaugurada a televisão no
Brasil, 18 de setembro de 1950, não há imagens das solenidades, exceto um
fragmento de filme mudo em celuloide, de apenas 24 segundos (1), que mostra nada
mais do que Assis Chateaubriand discursando (obviamente sem som) ao lado de Homero
Silva (2), que foi o apresentador do primeiro programa da televisão brasileira.
São somente 24 segundos de imagens tremidas, feitas por algum anônimo herói da preservação da memória, que filmou com câmera portátil – coisa raríssima – o nascimento
da tevê no Brasil.
Como jornalista, eu escrevo e publico desde o fim da década de 50. Até
ao ano passado, 2014, foram mais de 3.000 textos da minha autoria publicados em
jornais e revistas, que agora estão quase todos transcritos em cinco blogs temáticos (3) que tenho na internet. Até há pouco tempo era-me
impensável a possibilidade escrever algum texto diretamente na web, sem antes
tê-lo publicado em jornal ou revista. Entretanto o mundo e as comunicações
mudaram completamente. O poder da internet me veio há cerca de dez anos, nas
palavras da querida amiga Iza Zilli, respeitada jornalista e colunista em
Curitiba. Disse-me ela: “Hoje as pessoas estão preferindo que eu publique as
notícias na internet do que no jornal”. De fato, o leitor que compra o jornal
lê a notícia, ou a crônica, ou a coluna social, naquele mesmo dia. No dia seguinte
o exemplar vai para o lixo, e morre o assunto de que tratava. Porém se a mesma
notícia for veiculada na internet, repercutirá ad aeternum no Brasil inteiro, em todos os continentes e até nos
cafundós do mundo. A coluna Expressão
& Arte (4) que mantive durante mais de dez anos num jornal, era lida
(quando lida) no dia da sua publicação por apenas um restrito número de
interessados. Agora todas as minhas referidas colunas transcritas na internet –
embora enfocando fatos antigos das décadas de 80 e 90 – somam dezenas de
milhares de acessos de pesquisadores ou de simples curiosos espalhados por
centenas de países...
Enfim, ao começar este blog, dou início também a uma novidade absoluta
na minha vida: colocar textos na internet sem tê-los antes publicado em jornais
ou revistas, por isso o título “Crônicas e artigos não publicados”. E faço isto com a
novidade de não estar limitado a um número de caracteres que caibam em
determinado espaço do jornal ou da revista, e com a liberdade de fazê-lo como e
quando desejar. Bem a propósito, este início ocorre no dia 10 de setembro, data
da falência do meu trisavô o banqueiro Visconde de Souto (5), ocorrida em 1864, há
exatos 151 anos.
Esta primeira página do blog
é, portanto, a introdução a meus textos não publicados preliminarmente em
jornais e revistas. É este o meu primeiro passo em direção ao virtual do mundo cibernético.
Francisco Souto Neto (6)
Curitiba, 10 de setembro de 2015.
NOTAS À CRÔNICA:
(1) – O filme mudo de 24 segundos da solenidade da
inauguração da televisão no Brasil:
https://www.youtube.com/watch?v=XPHYCE8mVpg
(2) – Traços biográficos de Homero Silva, tio do
autor deste blog:
(3) – Endereços dos cinco blogs temáticos de Francisco Souto Neto:
(4) – Um exemplar da coluna “Expressão & Arte”
em 1996:
(5) – Traços biográficos do Visconde de Souto, trisavô do autor deste blog:
(6) – Fotografia do comendador Francisco Souto Neto,
autor deste blog, aos 72 anos em setembro de
2015:
Comendador Francisco Souto Neto
-o-
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