domingo, 13 de setembro de 2015

Eu, um Comendador?!


 Eu, um Comendador?!

Francisco Souto Neto

Eu, um Comendador?! É coisa que nunca me passou pela cabeça, nem por sonho. Eu nem sequer imaginaria que isto fosse possível. Mas há alguns dias fui surpreendido com a notícia de que receberia o título de Comendador outorgado pela Associação Brasileira de Liderança (São Paulo), seguido do também inesperado “Prêmio Excelência e Qualidade Brasil 2015”, que me qualifica como “destaque cultural entre os melhores do Brasil”. É claro que não me considero entre os melhores do Brasil em absolutamente nada, exceto na honestidade... e talvez no meu respeito à Língua Portuguesa (sic).
 
Procurei saber o motivo da honraria e se alguém teria me indicado à Associação. Entrei em contato com a instituição, que me informou que no meu caso o meu nome certamente chegou aos seus auditores através da web, onde pesquisam. Segundo eles, “isto somado aos resultados obtidos do cruzamento de informações através de participações em feiras nacionais e internacionais, congressos, desenvolvimento de produtos inovadores, tradição no mercado nacional, atividades de importação e exportação, Associações Comerciais, Industriais, de Serviços, Informações Empresariais, por prêmios recebidos, pela Responsabilidade Social, e Certificados de Qualidade adquiridos no decorrer de sua existência e muitas outras diretrizes, aplicadas a nossa metodologia de escolha e nos informa índices de excelência em áreas diferenciadas e múltiplas, dando aos auditores por fim a ferramenta de busca de informações para o Credenciamento pessoal de cada convidado”.

Parece-me que levaram em consideração tudo o que se publicou sobre meu trabalho como assessor da diretoria e presidência do Banestado até aposentar-me, também o prêmio “Troféu Imprensa do Brasil 2015” que recebi no ano passado, ainda o fato de eu ser membro da Academia de Letras José de Alencar, somados ao sucesso da biografia do Visconde de Souto (que embora ainda inédita, já recebeu a atenção do The History Channel que em 2013 entrevistou a mim e minha prima Lúcia Helena Souto Martini no programa “Detetives da História(1), teve trechos publicados na Revista do IHGB (2) e na Revista do IHGRJ (3), que estão na internet, e que deverá ser publicada pela Editora Trento, de Ricardo Trento, presidente da Unicultura – Soluções Culturais. Mas o motivo principal da honraria provavelmente deve-se aos meus mais de 3.000 textos publicados em jornais e revistas, minha longeva coluna “Expressão & Arte” no Diário I&C (a convite do diretor Aroldo Murá), a extensa colaboração nos jornais de José Gil de Almeida (Jornal Água Verde, Folha do Batel e Jornal Centro Cívico) e em revistas (a mais duradoura foi “Mary in Foco”, dirigida por Mary Schaffer e Marco Antonio Felipak) e também ao meu histórico profissional registrado pela imprensa.

Mesmo e sinceramente sem me considerar “um dos melhores do Brasil”, é óbvio que gostei que os auditores tenham chegado ao meu nome, e feliz com a homenagem. Por impossibilidade de comparecer à solenidade em São Paulo, o pessoal da Associação me informou que minha ausência não causaria qualquer problema, pois é comum alguns homenageados não poderem comparecer devido a obstáculos da idade, ou por doença, ou por dificuldade de locomoção, ou por força maior, e que em tais casos a comenda é encaminhada por correio. E foi exatamente assim que aconteceu (4).

Após alguns dias meditando sobre o evento, finalmente cheguei à conclusão de que, de fato, colhemos o que plantamos. Nesta fase da vida, que tem sido mais de recolhimento e de reflexão, elevo meu pensamento a meus saudosos e maravilhosos pais que me legaram os mais preciosos tesouros da vida: a boa educação, a honestidade... e a capacidade do domínio das letras e das palavras, que é a amálgama que nos constrói como jornalistas e como pessoas. E assim a vida vai transcorrendo plena e generosamente venturosa.
Francisco Souto Neto
Curitiba, 12 de setembro de 2015


NOTAS À CRÔNICA:


(1) - Um resumo do programa “Detetives da História”, do “The History Channel”, no episódio “O elefante sem identidade”, no qual o detetive investiga a história de um elefante taxidermizado do acervo do Museu Nacional do Rio de Janeiro, descobre a existência do Visconde de Souto e localiza seus trinetos Lúcia Helena Souto Martini e Francisco Souto Neto. Neste site:


(2) - A Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro nº 455, abr./jun. 2012, publicou “Visconde de Souto, Fazenda Bela Vista e Capela Mayrink”. Neste site:


(3) - A Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Rio de Janeiro nº 18, de 2011, publicou “A Chácara do Souto e seu Jardim Zoológico”. Neste site:


(4) - Fotografias com detalhes da comenda de Francisco Souto Neto, autor deste blog:




O comendador Francisco Souto Neto com seu chihuahua Paco Ramirez

-o-

4 comentários:

  1. Esta crônica foi publicada na versão digital do Jornal Água Verde, de José Gil de Almeida, no seguinte link:
    http://www.jornalaguaverde.com.br/publicacoes/34-noticias/1631-eu-um-comendador

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  2. E fantastico tudo o que voce escreve e me faltam palavras para definir a emocao que toma conta de mim, toda vez que leio alguma coisa a seu respeito. E os premios , mais que merecidos. E uma honra ter a sua amizade, Souto

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  3. SOUTO, esse ultimo comentario foi feito por mim, ainda estou sob o efeito da emocao causada pelo nosso reencontro , depois de tantos anos,e muitra felicidade .
    Um abraco, SONIA

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  4. Querida amiga Sônia!
    Somente hoje, noite de 7 de maio de 2019, encontrei suas palavras escritas nos dias 30 e 31 de janeiro do ano em curso. Casualmente abri este meu artigo (que acabo de enviar a Carlos Oswaldo, um velho amigo) e por acaso deparei com suas palavras. Quero agradecer-lhe pelo que escreveu e pela nossa amizade que perdura desde a década de 60, há mais de meio século. Seja sempre bem-vinda. Abraços.

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