Eu, um Comendador?!
Francisco Souto Neto
Eu, um Comendador?! É coisa que nunca me passou pela cabeça,
nem por sonho. Eu nem sequer imaginaria que isto fosse possível. Mas há alguns
dias fui surpreendido com a notícia de que receberia o título de Comendador
outorgado pela Associação Brasileira de Liderança (São Paulo), seguido do
também inesperado “Prêmio Excelência e Qualidade Brasil 2015”, que me qualifica
como “destaque cultural entre os melhores do Brasil”. É claro que não me
considero entre os melhores do Brasil em absolutamente nada, exceto na
honestidade... e talvez no meu respeito à Língua Portuguesa (sic).
Procurei saber o motivo da honraria e se alguém teria me indicado à Associação. Entrei em contato com a instituição, que me informou que no meu caso o meu nome certamente chegou aos seus auditores através da web, onde pesquisam. Segundo eles, “isto somado aos resultados obtidos do cruzamento de informações através de participações em feiras nacionais e internacionais, congressos, desenvolvimento de produtos inovadores, tradição no mercado nacional, atividades de importação e exportação, Associações Comerciais, Industriais, de Serviços, Informações Empresariais, por prêmios recebidos, pela Responsabilidade Social, e Certificados de Qualidade adquiridos no decorrer de sua existência e muitas outras diretrizes, aplicadas a nossa metodologia de escolha e nos informa índices de excelência em áreas diferenciadas e múltiplas, dando aos auditores por fim a ferramenta de busca de informações para o Credenciamento pessoal de cada convidado”.
Parece-me que levaram em consideração tudo o que se publicou
sobre meu trabalho como assessor da diretoria e presidência do Banestado até
aposentar-me, também o prêmio “Troféu Imprensa do Brasil 2015” que recebi no
ano passado, ainda o fato de eu ser membro da Academia de Letras José de
Alencar, somados ao sucesso da biografia do Visconde de Souto (que embora ainda
inédita, já recebeu a atenção do The
History Channel que em 2013 entrevistou a mim e minha prima Lúcia Helena
Souto Martini no programa “Detetives da
História” (1), teve trechos publicados na Revista do IHGB (2) e na Revista do IHGRJ
(3), que estão na internet, e que deverá
ser publicada pela Editora Trento, de Ricardo Trento, presidente da Unicultura
– Soluções Culturais. Mas o motivo principal da honraria provavelmente deve-se
aos meus mais de 3.000 textos publicados em jornais e revistas, minha longeva
coluna “Expressão & Arte” no Diário I&C (a convite do diretor Aroldo Murá),
a extensa colaboração nos jornais de José Gil de Almeida (Jornal Água Verde,
Folha do Batel e Jornal Centro Cívico) e em revistas (a mais duradoura foi “Mary
in Foco”, dirigida por Mary Schaffer e Marco Antonio Felipak) e também ao meu
histórico profissional registrado pela imprensa.
Mesmo e sinceramente sem me considerar “um dos melhores do
Brasil”, é óbvio que gostei que os auditores tenham chegado ao meu nome, e
feliz com a homenagem. Por impossibilidade de comparecer à solenidade em São
Paulo, o pessoal da Associação me informou que minha ausência não causaria
qualquer problema, pois é comum alguns homenageados não poderem comparecer devido
a obstáculos da idade, ou por doença, ou por dificuldade de locomoção, ou por
força maior, e que em tais casos a comenda é encaminhada por correio. E foi
exatamente assim que aconteceu (4).
Após alguns dias meditando sobre o evento, finalmente cheguei
à conclusão de que, de fato, colhemos o que plantamos. Nesta fase da vida, que
tem sido mais de recolhimento e de reflexão, elevo meu pensamento a meus
saudosos e maravilhosos pais que me legaram os mais preciosos tesouros da vida:
a boa educação, a honestidade... e a capacidade do domínio das letras e das
palavras, que é a amálgama que nos constrói como jornalistas e como pessoas. E
assim a vida vai transcorrendo plena e generosamente venturosa.
Francisco Souto Neto
Curitiba, 12 de
setembro de 2015
NOTAS À CRÔNICA:
(1) - Um resumo do programa “Detetives da
História”, do “The History Channel”, no episódio “O elefante sem identidade”,
no qual o detetive investiga a história de um elefante taxidermizado do acervo
do Museu Nacional do Rio de Janeiro, descobre a existência do Visconde de Souto
e localiza seus trinetos Lúcia Helena Souto Martini e Francisco Souto Neto. Neste site:
(2) - A Revista do Instituto Histórico e
Geográfico Brasileiro nº 455, abr./jun. 2012, publicou “Visconde de Souto,
Fazenda Bela Vista e Capela Mayrink”. Neste site:
(3) - A Revista do Instituto Histórico e
Geográfico do Rio de Janeiro nº 18, de 2011, publicou “A Chácara do Souto e seu
Jardim Zoológico”. Neste site:
(4) - Fotografias com detalhes da comenda de Francisco
Souto Neto, autor deste blog:
O comendador Francisco Souto Neto com seu chihuahua Paco Ramirez
-o-
Esta crônica foi publicada na versão digital do Jornal Água Verde, de José Gil de Almeida, no seguinte link:
ResponderExcluirhttp://www.jornalaguaverde.com.br/publicacoes/34-noticias/1631-eu-um-comendador
E fantastico tudo o que voce escreve e me faltam palavras para definir a emocao que toma conta de mim, toda vez que leio alguma coisa a seu respeito. E os premios , mais que merecidos. E uma honra ter a sua amizade, Souto
ResponderExcluirSOUTO, esse ultimo comentario foi feito por mim, ainda estou sob o efeito da emocao causada pelo nosso reencontro , depois de tantos anos,e muitra felicidade .
ResponderExcluirUm abraco, SONIA
Querida amiga Sônia!
ResponderExcluirSomente hoje, noite de 7 de maio de 2019, encontrei suas palavras escritas nos dias 30 e 31 de janeiro do ano em curso. Casualmente abri este meu artigo (que acabo de enviar a Carlos Oswaldo, um velho amigo) e por acaso deparei com suas palavras. Quero agradecer-lhe pelo que escreveu e pela nossa amizade que perdura desde a década de 60, há mais de meio século. Seja sempre bem-vinda. Abraços.