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BANCO DO BRASIL: INCOMPETÊNCIA
PERSISTENTE E INDOMÁVEL
por Francisco Souto Neto
Segundo um antigo
ditado, “a História sempre se repete”. É verdade... mas não apenas a História se
repete: o mesmo também ocorre com pequenas histórias, e é o que vou relatar. Basta que
nos recordemos do seguinte: no dia 12 de abril de 2018 postei um artigo no
Portal Iza Zilli que intitulei “BANCO DO BRASIL versus ATENDIMENTO PORCARIA”.
Eis a sua íntegra:
https://fsoutone.blogspot.com/2018/04/banco-do-brasil-versus-atendimento.html
Naquela ocasião,
passados quase seis anos, senti-me indignado com o que vivenciei na Agência João
Gualberto do Banco do Brasil, de Curitiba, porque quando me sentei nas “cadeiras de espera”, havia
sete pessoas antes da minha vez. Depois foram chegando mais pessoas. Já éramos
quinze. A senhora a meu lado contou-me que já estava ali há quase uma hora e
que havia apenas um funcionário-caixa atendendo ao público. Levantei-me e fui
olhar o que se passava atrás dos bimbos, onde se encontrava um cliente com
muitos papeis nas mãos, que estava sendo realmente atendido por um único funcionário-caixa.
Claro que a culpa
pela demora não era do funcionário, mas da administração por deixá-lo sozinho
atendendo a uma multidão. O que se passou a seguir, vai narrado no meu artigo
acima.
Anos depois, a história se repete na Agência Comendador Araújo
Agora resido no Batel.
Estamos nos primeiros dias de março de 2023. Como tenho por hábito pagar minhas contas
sempre bem antes da data de vencimento, e tendo já efetuado a quitação do IPVA
de meu automóvel, resolvi antecipar a liquidação da outra taxa, que é o
licenciamento, cujo vencimento ocorre a partir do segundo semestre do ano. O
Banco onde tenho conta corrente não pode receber a taxa do licenciamento, então
todo ano vou ao Banco do Brasil e ali efetuo o pagamento. A mais próxima agência
do Banco do Brasil agora fica a apenas uns 150 metros de minha residência, é a
Agência Comendador Araújo, de modo que é ali que nos últimos anos venho
efetuando tal pagamento. Pois... por incrível que pareça, repetiu-se o episódio
idêntico ao ocorrido na Agência João Gualberto, só que agora foi ainda um pouco
mais complicado!
Ocorreu assim: o
valor a ser pago pelo licenciamento tem que ser pego nas máquinas automáticas
que ficam logo à entrada da agência. À minha frente, para pedir auxílio ao
funcionário que ali está para essa finalidade, havia dois senhores. Passou-se
muito tempo até que o funcionário se desvencilhasse dos dois e assim chegou
minha vez. Atrás de mim a fila crescera muito. Esse funcionário, muito
atencioso, extraiu da máquina o papel com o valor que eu deveria pagar, e eu agradeci
dizendo-lhe que era necessário que ele tivesse mais um colega a seu lado para
ajudá-lo, de modo que a fila não crescesse tanto.
Dirigi-me à porta
giratória em direção aos caixas, quando vinha em sentido contrário, saindo da agência, um homem jovem
que gritava palavras obscenas. Ele dizia: “Uma hora! Uma hora esperando sentado,
sem chamarem minha senha! Bando de filhos da *** deste banquinho de ***”.
É preciso subir uma
escada para chegar aos caixas. Subi e lá estavam os clientes, mais de dez,
sentados, esperando que suas senhas fossem chamadas. Fui diretamente olhar o
que ocorria atrás dos biombos. Pois é, uma única funcionária-caixa estava ali
para atender a todo aquele povo. Igualito, igualito ao que aconteceu há
quase seis anos naquela outra agência do Banco do Brasil.
Perguntei ao guarda
onde encontraria o gerente geral da agência, para reclamar. Disse-me que era no
andar térreo. Desci e perguntei pelo gerente. Um daqueles quatro ou cindo
gerentes que ali atendiam, mostrou-me a mesa do gerente geral, que estava vazia.
Perguntei-lhe se o gerente tinha saído, e ele respondeu que não; que o gerente
estava na agência. Pedi-lhe para chamá-lo, e ele respondeu que não sabia onde localizar
o gerente.
Num momento como
esse, quando ultrapassam os meus limites, eu ambém extrapolo os meus próprios. “Qual
o nome do gerente?”, perguntei. Ele me respondeu. Agora eu não me recordo do nome,
mas imaginemos que fosse Ernesto. E eu gritei a plenos pulmões: ‘ERNEEEEEEESTO,
ERNEEEEESTO, ONDE VOCÊ ESTÁ?”. Os gerentes olharam-me assustados, e eu
prossegui: “ERNEEEESTO! ERNEEEESTO!”. E o Ernesto apareceu ao meu lado.
Perguntei-lhe como
justificar que apenas uma pobre funcionária-caixa estivesse atendendo aos
clientes, sem conseguir dar andamento à fila de espera! Respondeu-me o Ernesto,
com boa educação: “Eu sou o gerente geral dos gerentes administrativos; os
caixas têm um gerente próprio. É com ele que o senhor deve falar”. Agradeci e mais
uma vez subi a escada. Perguntei ao guarda daquele setor qual o nome do gerente
dos caixas. Seria Fábio ou algo parecido (não sei memorizar corretamente). “E
onde ele está?”. A resposta: “na porta atrás dos caixas”.
Lá fui eu e procurei
por ele. Veio atender-me. Disse-lhe eu que um caixa era insuficiente para
atender a todos dentro do limite de tempo estipulado por lei (que é de até 20
minutos em dias normais e de até 30 minutos em véspera ou após feriados
prolongados) e perguntei o por quê de apenas uma funcionária estar ali atendendo.
A resposta dele: “É porque tenho só uma funcionária-caixa”. “Mas isso não
pode!”, reclamei. E ele: “Então o que posso fazer? Quer que eu vá à rua
procurar por algum caixa?” e deu-me as costas.
Parece ignorar ele
que em casos emergenciais os próprios gerentes têm que assumir momentaneamente
a função de funcionário-caixa, pois isso está previsto nas regras bancárias.
Não apenas ele, o gerente dos caixas, deveria ajudar a moça que atendia
sozinha, mas também poderia determinar que qualquer um dos gerentes do andar
térreo viesse atender provisoriamente, até que a situação se normalizasse.
O que não pude dizer
ao gerente dos caixas é que, acima de tudo, sua obrigação é a de levar o
problema para a Gerência Regional e esta à própria Diretoria do Banco. A
solução? Designar mais funcionários-caixas para atender ao público e jamais
permitir que apenas um fique atendendo à multidão. Imagino o nível de estresse
que a moça-caixa deva estar enfrentando e quantas doenças físicas e
psicológicas possa estar desenvolvendo pela falta de capacidade das Gerências
Regionais e das diretorias para sanar esse problema. E isso vem ocorrendo há
anos, como relatei ao início deste artigo.
Sempre me manifestei
contrário à privatização de bancos, tanto os estaduais quanto os federais (Banco do Brasil
e Caixa Econômica), mas para que isto não ocorra é preciso que suas
administrações ajam dentro dos padrões da competência, da honestidade e da
ética. E do bom-senso.
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