sábado, 4 de março de 2023

BANCO DO BRASIL: INCOMPETÊNCIA PERSISTENTE E INDOMÁVEL, por Francisco Souto Neto.

 

 
Banco do Brasil

 

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BANCO DO BRASIL: INCOMPETÊNCIA PERSISTENTE E INDOMÁVEL

 

por  Francisco Souto Neto


Segundo um antigo ditado, “a História sempre se repete”. É verdade... mas não apenas a História se repete: o mesmo também ocorre com pequenas histórias, e é o que vou relatar. Basta que nos recordemos do seguinte: no dia 12 de abril de 2018 postei um artigo no Portal Iza Zilli que intitulei “BANCO DO BRASIL versus ATENDIMENTO PORCARIA”. Eis a sua íntegra:

https://fsoutone.blogspot.com/2018/04/banco-do-brasil-versus-atendimento.html

Naquela ocasião, passados quase seis anos, senti-me indignado com o que vivenciei na Agência João Gualberto do Banco do Brasil, de Curitiba, porque quando me sentei nas “cadeiras de espera”, havia sete pessoas antes da minha vez. Depois foram chegando mais pessoas. Já éramos quinze. A senhora a meu lado contou-me que já estava ali há quase uma hora e que havia apenas um funcionário-caixa atendendo ao público. Levantei-me e fui olhar o que se passava atrás dos bimbos, onde se encontrava um cliente com muitos papeis nas mãos, que estava sendo realmente atendido por um único funcionário-caixa.

Claro que a culpa pela demora não era do funcionário, mas da administração por deixá-lo sozinho atendendo a uma multidão. O que se passou a seguir, vai narrado no meu artigo acima.

Anos depois, a história se repete na Agência Comendador Araújo

Agora resido no Batel. Estamos nos primeiros dias de março de 2023. Como tenho por hábito pagar minhas contas sempre bem antes da data de vencimento, e tendo já efetuado a quitação do IPVA de meu automóvel, resolvi antecipar a liquidação da outra taxa, que é o licenciamento, cujo vencimento ocorre a partir do segundo semestre do ano. O Banco onde tenho conta corrente não pode receber a taxa do licenciamento, então todo ano vou ao Banco do Brasil e ali efetuo o pagamento. A mais próxima agência do Banco do Brasil agora fica a apenas uns 150 metros de minha residência, é a Agência Comendador Araújo, de modo que é ali que nos últimos anos venho efetuando tal pagamento. Pois... por incrível que pareça, repetiu-se o episódio idêntico ao ocorrido na Agência João Gualberto, só que agora foi ainda um pouco mais complicado!

Ocorreu assim: o valor a ser pago pelo licenciamento tem que ser pego nas máquinas automáticas que ficam logo à entrada da agência. À minha frente, para pedir auxílio ao funcionário que ali está para essa finalidade, havia dois senhores. Passou-se muito tempo até que o funcionário se desvencilhasse dos dois e assim chegou minha vez. Atrás de mim a fila crescera muito. Esse funcionário, muito atencioso, extraiu da máquina o papel com o valor que eu deveria pagar, e eu agradeci dizendo-lhe que era necessário que ele tivesse mais um colega a seu lado para ajudá-lo, de modo que a fila não crescesse tanto.

Dirigi-me à porta giratória em direção aos caixas, quando vinha em sentido contrário, saindo da agência, um homem jovem que gritava palavras obscenas. Ele dizia: “Uma hora! Uma hora esperando sentado, sem chamarem minha senha! Bando de filhos da *** deste banquinho de ***”.

É preciso subir uma escada para chegar aos caixas. Subi e lá estavam os clientes, mais de dez, sentados, esperando que suas senhas fossem chamadas. Fui diretamente olhar o que ocorria atrás dos biombos. Pois é, uma única funcionária-caixa estava ali para atender a todo aquele povo. Igualito, igualito ao que aconteceu há quase seis anos naquela outra agência do Banco do Brasil.

Perguntei ao guarda onde encontraria o gerente geral da agência, para reclamar. Disse-me que era no andar térreo. Desci e perguntei pelo gerente. Um daqueles quatro ou cindo gerentes que ali atendiam, mostrou-me a mesa do gerente geral, que estava vazia. Perguntei-lhe se o gerente tinha saído, e ele respondeu que não; que o gerente estava na agência. Pedi-lhe para chamá-lo, e ele respondeu que não sabia onde localizar o gerente.

Num momento como esse, quando ultrapassam os meus limites, eu ambém extrapolo os meus próprios. “Qual o nome do gerente?”, perguntei. Ele me respondeu. Agora eu não me recordo do nome, mas imaginemos que fosse Ernesto. E eu gritei a plenos pulmões: ‘ERNEEEEEEESTO, ERNEEEEESTO, ONDE VOCÊ ESTÁ?”. Os gerentes olharam-me assustados, e eu prossegui: “ERNEEEESTO! ERNEEEESTO!”. E o Ernesto apareceu ao meu lado.

Perguntei-lhe como justificar que apenas uma pobre funcionária-caixa estivesse atendendo aos clientes, sem conseguir dar andamento à fila de espera! Respondeu-me o Ernesto, com boa educação: “Eu sou o gerente geral dos gerentes administrativos; os caixas têm um gerente próprio. É com ele que o senhor deve falar”. Agradeci e mais uma vez subi a escada. Perguntei ao guarda daquele setor qual o nome do gerente dos caixas. Seria Fábio ou algo parecido (não sei memorizar corretamente). “E onde ele está?”. A resposta: “na porta atrás dos caixas”.

Lá fui eu e procurei por ele. Veio atender-me. Disse-lhe eu que um caixa era insuficiente para atender a todos dentro do limite de tempo estipulado por lei (que é de até 20 minutos em dias normais e de até 30 minutos em véspera ou após feriados prolongados) e perguntei o por quê de apenas uma funcionária estar ali atendendo. A resposta dele: “É porque tenho só uma funcionária-caixa”. “Mas isso não pode!”, reclamei. E ele: “Então o que posso fazer? Quer que eu vá à rua procurar por algum caixa?” e deu-me as costas.

Parece ignorar ele que em casos emergenciais os próprios gerentes têm que assumir momentaneamente a função de funcionário-caixa, pois isso está previsto nas regras bancárias. Não apenas ele, o gerente dos caixas, deveria ajudar a moça que atendia sozinha, mas também poderia determinar que qualquer um dos gerentes do andar térreo viesse atender provisoriamente, até que a situação se normalizasse.

O que não pude dizer ao gerente dos caixas é que, acima de tudo, sua obrigação é a de levar o problema para a Gerência Regional e esta à própria Diretoria do Banco. A solução? Designar mais funcionários-caixas para atender ao público e jamais permitir que apenas um fique atendendo à multidão. Imagino o nível de estresse que a moça-caixa deva estar enfrentando e quantas doenças físicas e psicológicas possa estar desenvolvendo pela falta de capacidade das Gerências Regionais e das diretorias para sanar esse problema. E isso vem ocorrendo há anos, como relatei ao início deste artigo.

Sempre me manifestei contrário à privatização de bancos, tanto os  estaduais quanto os federais (Banco do Brasil e Caixa Econômica), mas para que isto não ocorra é preciso que suas administrações ajam dentro dos padrões da competência, da honestidade e da ética. E do bom-senso.

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Comendador Francisco Souto Neto na atualidade, em 2023.

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