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ATRASADA VACINAÇÃO CONTRA A COVID-19 NO BRASIL e A EFICÁCIA DE 50,38% DA VACINA
Francisco Souto Neto
No dia em que escrevo este artigo, 12 de janeiro de
2021, já são mais de 50 países no mundo que estão efetuando a vacinação em
massa nas suas populações. Os brasileiros estão inquietos, exasperados, face à
lerdeza das autoridades públicas no trato à urgência a que aspiramos para o
enfrentamento da pandemia. Diariamente os órgãos de comunicação cobram uma
firme posição do governo em resposta às nossas expectativas.
Ontem o país surpreendeu-se com a fala do Ministro
da Saúde: “A vacinação começará no dia D, na hora H”. Uma absurda informação! Enquanto
isso, os gráficos mostram que a pandemia continua em ascensão vertical no
Brasil, com 1109 mortes nas últimas 24 horas, chegando a 204.726 óbitos
relacionados ao coronavírus. De ontem para hoje registraram-se mais 65.025
novos casos de infecção, elevando para 8.195.637 o número de pessoas
diagnosticadas com covid-19. O Brasil é
o 3º país do mundo em número de contaminados e o segundo com o maior número de
mortes, abaixo apenas dos Estados Unidos.
A
eficácia da vacina do Butantan
Hoje, entretanto, tivemos uma ótima notícia: a
vacina CoronaVac, do Butantan (ou Butantã) foi classificada com a
porcentagem de 50,38% de eficácia.
Várias pessoas alarmaram-se com a eficácia da
vacina. Exemplo disso veio de um amigo dos tempos da juventude, a quem
telefonei para saber de sua saúde. Encontrei-o bem, mas com uma forte dúvida:
“Souto, você pretende vacinar-se?”, ao que lhe respondi surpreso: “Mas é lógico
que vou me vacinar! Isto é o que nós mais esperamos para podermos começar a
sair desta esdrúxula situação em que vivemos desde março do ano passado, e o
único caminho para que as internações e mortes sejam reduzidas no Brasil”!
O
que significa uma “eficácia de 50,38%”
É fácil
entender o que significa a vacina com 50,38% de eficácia. O resultado da
eficácia da vacina do Instituto Butantan funciona assim: a) há 50,38% de
probabilidade de você não ter a doença; b) há 49,62% de probabilidade de você
contrair a doença! Entretanto, no caso de você estar dentro dos 49,62%, isto é, de
ter a doença, há a probabilidade de 100% de você NÃO TER caso grave (ir para
UTI, ser entubado e morrer), ou ter caso moderado (ir para hospital, mas sem
traumas e sem precisar ser entubado), e probabilidade de 78% de eficácia para
caso leve (com tratamento da doença em casa)! Portanto, a vacina CoronaVac é
perfeita para que ninguém mais morra, para assegurar a cura sem nenhum trauma e
para DETER a pandemia.
Até aqui o governo serviu apenas para tumultuar
todas as medidas de segurança, tendo o presidente da República até debochado
destas, declarando absurdos que nem vou reproduzir aqui, pois são de sobejo
conhecidas. Quem não souber, ou fizer de conta que não sabe, basta procurar as
comprovações na internet, onde os impropérios e as incorreções poderão ser
ouvidos da boca do próprio presidente.
Jair Bolsonaro, hoje à tarde, ao referir-se à CoronaVac, com riso de deboche: "Essa aí de 50% é uma boa ou não?", como sempre demonstrando ignorância e menosprezo à vacina que nos livrará do sofrimento e da morte.
Vamos ver se essas autoridades tomam um pouco de
vergonha na cara, o que é pouco provável, ou ceda às pressões dos seus apoiadores mais
lúcidos (se é que possa existir lucidez em quem o apoie), e agilize a vacinação
em massa, que o país há tanto espera e precisa!
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Ótimo texto baseado em fatos e com explicações claras.
ResponderExcluirObrigado, Tibério.
ExcluirExcelente texto. Parabéns Souto.
ResponderExcluirEu gostaria de saber quem fez o elogio acima, para que eu possa agradecer-lhe.
ExcluirMuito bom artigo. Parabéns amigo. Os mesmos argumentos e demonstrativos poderiam ser aplicados quanto a eficácia da vacina analisada pela nossa pioneira Fiocruz, entre outras de maior eficácia. De qualquer modo, lembremo-nos que os efeitos esperados estão estimados para se dar após algum tempo. Talvez de 20 a 30 dias. Possivelmente haverá necessidade de mais uma dose de reforço após esse período. Enquanto isso é de extrema prudência consultar antecipadamente os especialistas em medicina preventiva do SUS e, se possível, em consultórios particulares, na busca de orientação e de cuidados para preservação da saúde, da resistência e reforço do organismo contra o vírus assassino, antes e durante o intervalo de vacinações.
ResponderExcluirObrigado, Bevilacqua. Um abraço.
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