sexta-feira, 15 de março de 2019

OS GRADUANDOS DO GINÁSIO PONTA-GROSSENSE (ACADEMIA) EM 1959 por Francisco Souto Neto.


OS GRADUANDOS DO GINÁSIO PONTA-GROSSENSE (ACADEMIA) EM 1959

 
Alunos do Ginásio Ponta-grossense (Academia), graduandos de 1959.

 
Francisco Souto Neto

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No distante dia 18 de dezembro de 1959, há praticamente 50 anos  – vale dizer há meio século –  eu recebi meu diploma de conclusão do curso ginasial. Conservei o convite para as solenidades de formatura e, graças a isso, tenho os nomes de todos os colegas que se graduaram naquela ocasião.
A entrega dos diplomas ocorreu no Cine-Teatro Ópera, que distava apenas uns 50 metros da minha residência que era no nº 571 da Rua Augusto Ribas. Foram chamadas algumas autoridades presentes para fazerem parte da mesa de honra montada no palco. Meu pai, Arary Souto, que era o diretor da Rádio Central do Paraná, foi convidado para compor a mesa das autoridades. E nós, os alunos, fomos sendo chamados por ordem alfabética. Quando chegou minha vez, subi a escadinha para alcançar o palco... e qual minha surpresa e emoção ao receber meu diploma das mãos do meu próprio pai. Três meses antes, eu completara 16 anos.

No palco do Cine-Teatro Ópera, Francisco Souto Neto recebeu das mãos de seu pai, o jornalista e radialista Arary Souto, seu diploma do curso ginasial.

A Academia

Cursei todo o ginásio, de 1956 a 1959, na Academia, que era o nome pelo qual chamávamos o Ginásio Ponta-grossense, que pertencia ao professor Altair Mongruel e era considerado o melhor colégio da cidade.
As turmas não eram mistas. As aulas para as turmas masculinas do ginásio funcionavam somente pela manhã. À tarde era a vez das turmas femininas. E à noite as aulas eram para turmas mistas do pós-ginasial, com o curso de Contabilidade, que era chamado de “curso médio”. Os outros “cursos médios” eram o Científico e Clássico, todos eles com duração de três anos, que equivaliam, de certo modo, a uma preparação para a Universidade.
Tive professores realmente extraordinários, tais como o moderno e inovador Egdar Zanoni (Português), Joselfredo Cercal de Oliveira (Geografia), Pascoal Salles Rosa (Francês), Nelson Abilhôa (Desenho), Aristeu Costa Pinto (História) e outros. Alguns eram enfadonhos, como os de Química e Física. Maçante era o professor de Latim; porém, apesar de tudo, até hoje eu sei as declinações da língua latina, e esse conhecimento facilitou o entendimento do meu próprio idioma. O professor de Inglês lecionava em meio a uma interminável baderna. Mas também tivemos professores tiranos, como a de Matemática, que agredia fisicamente os alunos. Eu nunca apanhei dela, mas estudava furiosamente para que isso não me acontecesse. Se o aluno cometesse algum erro no quadro negro, dela levava um “croque” (cascudo). Se ela ficasse muito irritada com algum erro da vítima, digo, do aluno, lascava-lhe na cabeça o livro de chamada, que era pesado e de capa grossa. Como meus pais nunca levantaram a mão para agredir os filhos, eu considerava aquilo que ocorria na sala de aula o máximo da violência e não queria que acontecesse comigo. Ao terminar os quatro anos de ginásio com a mesma professora, eu me vinguei, esquecendo-me deliberadamente de tudo o que aprendi daquela matéria. Até hoje conto nos dedos sossegadamente.

Os colegas constantes do convite

Lembro-me de quase todos os colegas. Afinal, tivemos um convívio diário durante quatro longos anos. Alguns deles, entretanto e lamentavelmente, esqueci-me. Lendo os nomes no convite, percebo, com tristeza, que alguns já faleceram. Por exemplo, Álvaro César Ribas Junqueira, Gilberto Mezzomo (este foi um grande amigo, e seus pais eram muito amigos dos meus), os gêmeos James Jordan Gizzi e Júlio César Gizzi (estes foram também muito meus amigos) e Waldemar Bocchi Serman (nossas mães eram amigas e frequentavam-se). Um dos meus colegas, Carlos Roberto Emílio, conheci-o desde os 5 anos de idade – éramos vizinhos na Rua Visconde de Nácar –, juntos frequentamos o mesmo Jardim da Infância no Colégio Santana... e somos amigos até hoje. Os colegas dos quais me recordo mais claramente são Ademar Silva Scheidt, Cícero César Grande, Celso Marçal, César Roberto Küster, Calixto Abrão Miguel Ajuz, Carlos Henrique P. Bach, Carlos Oswaldo Bevilácqua, Carlos Fernando Nunes da Matta, Dalton Scheidt, Dimas Agner Júnior, Edir Sucow, Edson Oberg, Edson Luiz Costa Machado de Souza, Érico Marques Figueira, Flávio Ribas Tebchirani, Flávio Carneiro Filho, Germano Moss, Guilherme Natel de Paula Xavier Filho, Joel Maia, Joel Veiga, José Carlos Madalozzo, José Lourival Ditzel Gobbo, Lauro Fanchin, Oscar Ernesto Kossatz, Osmar João de Geus, Rogério José Florenzano e Yves Consentino Cordeiro.
Tive também amigos que se formaram um ano antes de mim, outros um ano depois, mas que continuamos mantendo laços de amizade através das décadas. Um deles é Ednei Francisco Ferreira (que foi também meu colega no Banestado), outro é Eduardo Domingos de Souza e outro foi Paulo Ernesto Stunitz Filho (este último, lamentavelmente falecido há pouco tempo). Mas igualmente não encontro no convite de formatura os nomes de alguns importantes colegas, tais como Gilson Renato Wiecheteck, Francisco de Lima e outros, porém não sei qual o motivo dessas ausências. Talvez tenham mudado de colégio antes do fim do curso, ou quem sabe se foram reprovados na última série - algo que, infelizmente, minha memória não consegue alcançar. 

Homenagem a um colega falecido
Lembrando o dia em que Francisco Souto Neto (segurando seu chihuahua Paco Ramirez) recebeu a visita de Paulo Ernesto Stunitz Filho (sentado), cerca de um ano antes do falecimento deste.

Embora as turmas masculinas tivessem aulas pela manhã e as femininas à tarde, e portanto os meninos e meninas não tinham contato e não se conheciam, seus nomes foram todos reunidos em ordem alfabética num único convite para a formatura.
Referido convite preserva também os nomes de todos os professores e de mais alguns homenageados. Naquela ocasião notei que na relação dos professores e homenageados, faltou o nome da professora de Matemática, e então registrei o fato a lápis na última página, de maneira jocosa, talvez até desrespeitosa, o que, entretanto, para mim evidencia agora, meio século depois, nada mais do que o bom humor de um garoto inocente e despretensioso.
Abaixo, a capa e todas as páginas do convite.  










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3 comentários:

  1. Que bela vinganca contra sua professora de matematica ahahahah.
    Vou ver se me lembro do nome de todos os professores, e envio a voce.
    ( estou com o cerebro meio empanado ).
    Um beijo, meu grande amigo Souto , da Sonia.

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  2. Que bela vinganca contra sua professora de matematica ahahahah.
    Vou ver se me lembro do nome de todos os professores, e envio a voce.
    ( estou com o cerebro meio empanado ).
    Um beijo, meu grande amigo Souto , da Sonia.

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  3. Oi, amiga Sônia Thomaz. Muito obrigado por ter escrito aqui no meu blog. Grato, também, por estar me ajudando a me recordar dos nomes dos nossos professores do Curso Científico, sobre cujas memórias estou agora escrevendo.

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