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Iza Zilli
Comendador Francisco
Souto Neto
O que foi o Programa de Cultura do Banestado:
apontamentos para a História
Francisco Souto Neto
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1 – Francisco Souto Neto em 1975, quando foi convidado por Paulo Schultz Filho
para deixar a inspetoria do Banestado e assumir o cargo de Assessor na Direção
Geral, e logo em seguida o cargo de confiança de Assessor de Diretor.
Após o longo período da ditadura, quando os governadores eram impostos pelo Regime Militar através das “eleições indiretas”, o primeiro eleito no Paraná em sufrágio universal foi José Richa, que assumiu em 15 de março de 1986. Na composição da nova diretoria do Banestado, ele levou Léo de Almeida Neves à presidência da instituição, e indicou seu amigo Octacílio Ribeiro da Silva para o cargo de diretor de Crédito Rural e Agroindustrial. Eu, que já era assessor daquela diretoria desde os tempos do Governo Jayme Canet Júnior, fui mantido no cargo.
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2 – Dr. Paulo Schultz Filho (sentado ao lado de Adão Vilmar de Oliveira) foi o
criador da Carteira Rural do Banestado, isto é, o enorme complexo que deu
origem à Diretoria de Crédito Rural e Agroindustrial. Em pé: Laertes e Waltenir
Pereira Porto, quando a diretoria do Banestado funcionava na Rua Monsenhor
Celso, a poucos metros da Praça Carlos Gomes.
Afortunadamente a Carteira Rural, criada por
Paulo Schultz Filho, tornara-se um exemplo de trabalho sério e disciplinado,
que servia de modelo para inúmeros outros bancos e era respeitada e enaltecida
pelo Banco Central do Brasil. Os antecessores de Octacílio Ribeiro naquela
diretoria, desde Mário Saporiti e Ivo Meirelles de Almeida (governo Jayme Canet
Júnior) a Lourival Guebert (governos Nei Braga e José Hosken de Novais), tinham
sido muito sérios e capazes, e deixaram a diretoria perfeitamente organizada,
sem ingerências de políticos, num patamar altamente elogioso.
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3 – Diretor Ivo Meirelles de Almeida, durante o Governo Jayme Canet Júnior
(1975-1979), o primeiro diretor a quem Francisco Souto Neto assessorou no
Banestado.
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4 – Diretor Lourival Guebert, a quem Souto Neto assessorou durante os Governos
Ney Braga (1979-1982) e José Hosken de Novais (1982-1983).
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5 – A foto deste imbróglio foi tirada
por Francisco Souto Neto na Av. Cândido de Abreu esquina com Rua Comendador
Fontana no fim de 1983, que mostra o grau de violência entre governadores e
candidatos a governador, envolvendo (em ordem de aparição dos nomes) José
Richa, Álvaro Dias, Ney Braga, Saul Raiz e Jayme Canet Júnior.
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6 – Francisco Souto Neto e o diretor Octacílio Ribeiro da Silva, a quem
assessorou durante o Governo José Richa (1983-1986), o Governo João Elísio
Ferraz de Campos (1986-1987) e durante o primeiro ano do Governo Álvaro Dias (1988-1991).
Era natural que os diretores do primeiro governo eleito pelo povo chegassem
desconfiados, imaginando que o Banestado poderia ser um ninho de víboras. No
primeiro encontro que tivemos, Octacílio Ribeiro disse-me: “o senhor fica
até que a poeira assente”. Mandou convocar os chefes da Divisão e dos
Departamentos para uma reunião “em quinze minutos, sem atrasos”. Nessa reunião
o novo diretor esmurrava a mesa com tanta força, que cinzeiros e copos
trepidavam. Ele tinha certeza do seu poder e intimidava a todos. A mim, ele
falou: “eu sou muito exigente com a Língua Portuguesa”, ao que lhe respondi:
“Então nós nos daremos bem, pois eu também sou muito exigente com o idioma
pátrio”. E foi o que de fato aconteceu.
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7 – Três secretárias da diretoria que atuaram em diferentes ocasiões: Cida (Aparecida Cabral),
Elzi Zanotto Hohmann e Marlene Jakubiu.
Com a passagem do tempo, Octacílio Ribeiro percebeu que a Carteira Rural, como
era chamada a sua diretoria, funcionava com a precisão de um relógio suíço, e
que todos ali trabalhavam com responsabilidade e presteza. Anos depois eu
comentei, e isto ficou registrado na imprensa, que aos poucos fui descobrindo
que por trás daquele homem carrancudo e furioso existia outro ainda mais forte,
dotado de grande cultura e sensibilidade, e pressenti que aquele diretor
combativo poderia apoiar a ideia de direcionar o banco para as causas da
cultura com argumentos capazes de convencer os seus demais pares de diretoria.
A primeira ideia partiu de Adão Vilmar de Oliveira, que após a
aposentadoria de Paulo Schultz ocupava o cargo de chefe da Divisão de Crédito
Rural, e de Elzi Zanotto Hohmann, secretária da diretoria, sugerindo a
Octacílio Ribeiro que realizasse uma exposição revelando os artistas plásticos
existentes entre os funcionários da empresa. Ampliei a ideia, propondo a criação de um salão de arte que se
repetisse anualmente, que seria realizado sem despesas para o banco, porque era
possível obter recursos oriundos não apenas da Lei de Incentivo à Cultura, mas
também do patrocínio de empresas que seriam beneficiadas com a simples
divulgação do evento através da imprensa. Sugeri ainda que o salão de artes
plásticas aceitasse inscrições não apenas de funcionários, mas também de
correntistas do Banestado, que fossem artistas em fase de desenvolvimento e que
ainda não tivessem recebido prêmios em salões oficiais ou de reconhecido nível,
caracterizando-se como “artistas inéditos”.
Pedi ao diretor Octacílio Ribeiro que obtivesse permissão da diretoria
para que Tadeu Petrin fosse autorizado a ajudar-me na criação do
regulamento do certame, que teria o nome de “Exposição de artistas amadores
funcionários e clientes do Banestado”. Com a anuência dos demais diretores, o
presidente Léo de Almeida Neves autorizou a realização do certame.
Posteriormente, na distribuição dos certificados de participação, o nome do
evento foi alterado retroativamente para “1º Salão Banestado de Artistas
Inéditos”, o SBAI.
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8 – Os três premiados no primeiro Salão Banestado de Artistas Inéditos: Heloísa
Maria Machado Moreira, Rubens Faria Gonçalves e Dorothy de Souza Rocha, que
foram escolhidos por uma comissão julgadora composta por Alberto Massuda, Jair
Mendes e Mazé Mendes.
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9 – Francisco Souto Neto e Tadeu Petrin, organizadores do Salão Banestado, ao
lado dos membros da Comissão Julgadora: Mazé Mendes, Jair Mendes e Alberto
Massuda.
O Banestado não tinha um espaço adequado para realizar o evento, por isso a
mostra, em novembro e dezembro de 1983, realizou-se no Senac, que cedeu ao
Banestado a sala de exposições da sua sede da Rua André de Barros, 750. A inauguração
do foi feita por José Brandt Silva, que ocupava o cargo de presidente deixado
por Léo de Almeida Neves. O sucesso foi retumbante e todos os jornais de
Curitiba, e alguns de Ponta Grossa, Londrina e Maringá, noticiaram o
acontecimento, que também repercutiu intensamente nas colunas sociais. Depois
disso, na reunião de diretoria com o presidente, todos mostraram-se surpresos
com o elogioso marketing realizado ao redor do nome do Banestado. E
assim o SBAI continuou se repetindo todos os anos, até 1999, às vésperas da privatização
do Banestado, tendo descoberto e projetado miríades de artistas plásticos,
muitos dos quais depois tiveram projeção nacional. Em dezesseis anos de
retumbante sucesso, a imprensa fez, literalmente, milhares de elogios ao
Banestado, que se encontram hoje na internet, digitalizados, uma fonte quase
inesgotável de informações.
No ano seguinte, 1985, o II SBAI ocorreu na Galeria de
Arte Banestado, criada por Christóvam Soares Cavalcante, presidente da
Banestado Crédito Imobiliário, no andar térreo do prédio que pertencia àquela
empresa conglomerada, sito à Rua Marechal Deodoro, 333, mesmo edifício onde
funcionava a presidência da BCI. Cavalcanti convidou Vera Munhoz da Rocha
Marques para gerir a nova galeria de arte – no que foi coadjuvada por Clarissa
Lagarrigue – que funcionava orientada por um competente Conselho
Administrativo. Vera Marques era uma respeitada socialite que,
a pouco e pouco, transformou a Galeria Banestado num local de encontro de
artistas e intelectuais. Grandes nomes como Poty e Dalton Trevisan, dentre
outros igualmente importantes, ali se encontravam para ver as obras de quem
estivesse expondo, e ficavam a discutir novidades e tendências culturais. Mais tarde foram inauguradas duas outras Galerias de Arte Banestado: uma em Londrina, que era administrada por Sílvia Marconi Pavan, e outra em Ponta Grossa, administrada por Jurandir Modesto e atendida por Leda Veneri.
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10 – na Galeria de Arte Banestado reuniam-se artistas. Acima, em pé, Francisco
Souto Neto entre a fotojornalista Alice Varajão e Marly Meyer de Araújo.
Sentados, o artista plástico Poty Lazzarotto e a administradora da galeria,
Vera Munhoz da Rocha Marques.
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11 – Francisco Souto Neto, Assessor para Assuntos de Cultura do Banestado,
entre as administradoras da Galeria Banestado: Vera Munhoz da Rocha Marques e
Clarissa Lagarrigue.
A partir de 1985 eu criei a base para a instalação do Programa de
Cultura do Banestado. Uma vez mais a ideia foi aprovada por todos os diretores,
e Octacílio, por força de uma portaria, recebeu a atribuição de Diretor para
Assuntos de Cultura, paralela à de Diretor de Crédito Rural e Agroindustrial, e
eu tornei-me, além de Assessor de Diretor, também Assessor para Assuntos de
Cultura.
O Programa de Cultura incorporou o Coral Banestado, que já existia numa
das empresas conglomeradas, regido por Amoz Camilo dos Santos, a quem dei
condições de se expandir e aperfeiçoar, e liberdade para apresentar-se em
eventos públicos e cívicos.
Constantino Viaro, diretor do Teatro Guaíra, tivera a ideia de dotar
cidades do interior do Paraná com teatros, através do seu ambicioso Projeto
Barracão. Dei meu parecer favorável e o Banestado apoiou o projeto. Entretanto,
sugeri que no contrato constasse a condição de que aqueles espaços fossem
registrados com o nome de “Teatro Banestado”. Viaro era o idealizador, mas o
Banestado o realizador.
Em 1986 propus a meu diretor a criação do Museu Banestado. A ideia
não era nova, pois outros colegas tinham tentado sem sucesso criar um museu, e
até colecionavam peças da história da instituição, tais como móveis que foram
usados na primeira agência do Banestado, livros das primeiras atas das
assembleias, e muitos objetos, documentos e fotografias. Foram eles Emerson
Casseb, Sérgio Figueiredo, José Carlos Carreira Pequeno, Wilson Ganem e José
Maria Antônio, dentre outros. O apoio de Aroldo dos Santos Carneiro,
diretor de Serviços Administrativos, foi também fundamental para o coroamento
do projeto. A Comissão de Implantação do Museu Banestado, por mim presidida,
completou-se com Paulo Schultz Filho, Rosane Fontoura, Rodrigo Otávio Collere de
Oliveira e Silmara Krainer Vitta.
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12 – Comissão de implantação do Museu Banestado. Na primeira fila o diretor
Octacílio Ribeiro da Silva entre Silmara Krainer Vitta e Rosane Fontoura (da
comissão), Atrás: Paulo Schultz Filho e Rodrigo Otávio Collere de Oliveira
(membros da comissão) e Francisco Souto Neto (presidente da comissão).
Eu tinha localizado oito telas de Theodoro de
Bona retratando os primeiros presidentes do Banestado, que estavam perdidas e
danificadas, que mandei restaurar. Em seguida, com o apoio do diretor Octacilio
Ribeiro da Silva, mandei completar os retratos em óleo sobre tela de todos os
presidentes que se seguiram, pinturas essas que foram feitas por Antonio Macedo
e Vilmar Lopes. Acima, as telas em minha casa, antes de receberem as molduras,
observadas por mim, por minha mãe Edith Barbosa Souto e por minha sobrinha Dione Mara Souto da Rosa, que segura o chihuahua
Quincas Little Poncho. Dei o
nome a esta foto de “Reunião com presidentes”.
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13 – Francisco Souto Neto com sua mãe e sobrinha, em sua casa: “Reunião com
presidentes”. Telas de Theodoro de Bona, Antonio Macedo e Vilmar Lopes.
Segundo o jornal Todos Nós nº
114, de maio de 1987, o Museu Banestado foi inaugurado no dia 13 de fevereiro
daquele ano, e Rosane Fontoura tornou-se a primeira administradora.
Estiveram na inauguração o governador João Elízio Ferraz de Campos, David
Carneiro, Celso da Costa Sabóia, Léo de Almeida Neves, José Brandt Silva e
muitas outras personalidades.
FOTO 14 – Nicolau Elias Abagge e Francisco Souto Neto descerram a placa inaugural do Museu Banestado.
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15 – Foto para a imprensa. À esquerda, quase fora da foto, o governador João
Elísio Ferraz de Campos e esposa. Ao centro, Octacilio Ribeiro da Silva entre
Nicolau Abagge e Finardi. À direita, Francisco Souto Neto.
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16 – A placa de inauguração do Museu Banestado.
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17 – Octacilio Ribeiro da Silva discursando na inauguração do Museu Banestado.
Ao fundo Wilson Ganem (chefe dos inspetores do Banestado), Francisco Souto
Neto, Edith Barbosa Souto com Dione Mara Souto da Rosa (respectivamente mãe e
sobrinha de Souto Neto) e Graci Aguiar Trény.
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18 – Na inauguração do Museu Banestado, a reunião de quatro presidentes: o
deputado Léo de Almeida Neves, Dr. Peixoto, José Brandt Silva e Nicolau Elias
Abagge.
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19 – Na inauguração do Museu Banestado, Octacilio Ribeiro da Silva, Nicolau
Elias Abagge, Francisco Souto Neto e Aroldo dos Santos Carneiro.
Como Assessor para Assuntos de Cultura do Banestado, sugeri que
editássemos um livro por mês, de autor paranaense, com apoio na Lei Rouanet –
portanto sem despesas para o Banco – que seria lançado na Galeria de
Arte Banestado, assim mesclando a literatura com as artes plásticas. Tudo
ocorria sem ônus para o Banestado, que teve a sua imagem pública enaltecida
pelos mais importantes jornais, revistas e jornalistas da época. Autores como
Sílvio Back, Anita Zippin, Poty Lazzarotto, Alice Ruiz e
Helena Kolody ali lançaram livros, mas o Programa de Cultura apoiou
principalmente literatos ainda desconhecidos, sem livros editados até então, porém dotados de grande talento e verve literária.
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20 – Na Galeria Banestado, Sylvio Back lança um livro e autografa para
Francisco Souto Neto.
O Programa de Cultura do Banestado prestigiava todas as formas da arte:
artes plásticas, música, literatura, cinema, teatro. Ao final do governo Richa,
Álvaro Dias foi eleito governador. Octacílio Ribeiro, o único diretor do
governo anterior mantido no governo eleito, foi convidado para assumir a
presidência da Banestado Reflorestadora. Ele convidou-me para continuar a
assessorá-lo naquela empresa conglomerada. A competente secretária da
diretoria, Marlene Jakubiu, acompanhou-nos.
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21 – Francisco Souto Neto em seu gabinete de trabalho como Assessor de Diretor
da Banestado Reflorestadora. Sobre a mesa de trabalho, um copo de leite...
Para ocupar a Secretaria de Estado da Cultura, foi convidado René Ariel
Dotti. O Paraná iria entrar numa verdadeira “era de ouro” com Dotti
capitaneando a cultura do Estado. O Programa de Cultura do Banestado, por mim
gerido, continuou não apenas sem interrupção, mas ampliou-se. Realizou-se o IV
SBAI com sucesso crescente, porém em março de 1988, ao completar um ano o
Governo Álvaro Dias, houve uma grande reformulação política em vários
níveis. Octacílio Ribeiro “caiu” do Banestado e foi para uma diretoria
regional do Banco do Brasil em Curitiba. Terminava assim a parceria de cinco
anos entre mim e aquele diretor idealista e entusiasmado pelo apoio à Cultura.
Após três dias em meio à “tempestade”, fui
chamado pelo vice-presidente do Banestado, Edisson Eleri Faust, que era também
presidente da Banestado Crédito Imobiliário, que me convidou a participar da
sua assessoria, não mais como assessor pessoal, nem técnico, mas exclusivamente
como “Assessor para Assuntos de Cultura”.
Faust resolvera não ocupar o seu gabinete de
presidente da BCI no 7º andar do prédio sito à Av. Marechal Deodoro, 333 (em
cujo andar térreo funcionava a Galeria de Arte Banestado), mas apenas
o gabinete de vice-presidente do Banestado no Conglomerado Financeiro à Rua
Máximo João Kopp, no bairro de Santa Cândida. Assim, ofereceu-me o seu gabinete
no prédio da BCI, onde estavam locadas a secretária Flávia Moreira Salles e a
auxiliar Cecília Maria Palhares.
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22 – Em 1988 Francisco Souto Neto passa a assessorar Edisson Elleri Faust,
vice-presidente do Banco do Estado do Paraná e presidente da Banestado Crédito
Imobiliário. No centro da foto, a vereadora Nelly Almeida, tia de Faust.
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23 – Gabinete de trabalho de Francisco Souto Neto, Assessor para Assuntos de
Cultura do Banestado, no 7º andar do prédio à Av. Marechal Deodoro, 333. Sobre a mesa de trabalho, como sempre, um copo de leite...
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24 – Lembrança de alguns colegas no gabinete de Francisco Souto Neto: Emerson
Seraphim, Flávia Moreira Salles, Heron da Luz Trindade, Cláudia, Souto e
Cecília Maria Palhares.
Faust conhecia o Programa de Cultura, pois costumava comparecer a
exposições e lançamentos de livros, e deu-me “carta branca” para ampliar as
minhas próprias atribuições. A minha primeira proposição foi uniformizar os
regimentos internos das Galerias de Arte Banestado de Curitiba, Ponta Grossa e
Londrina, todas orientadas por conselheiros compostos de personalidades ligadas
à vida cultural de cada uma das cidades. Paralelamente, pedi permissão para
estudar as possibilidades de inaugurar novas galerias de arte em Maringá e
Cascavel.
Alguns meses depois, naquele mesmo ano, em meio a uma nova tempestade
política, “caiu” Edisson Faust da vice-presidência do Banestado. No dia
seguinte fui chamado pelo presidente do Banestado, Carlos Antônio de Almeida
Ferreira, para integrar a sua assessoria. “Dr. Almeida”, como passou a ser
conhecido, formou uma “dobradinha cultural” com o Secretário de Estado René
Ariel Dotti e, nos três anos que se seguiram do Governo Álvaro Dias, o Paraná
conheceu um ímpeto cultural jamais antes visto e que nunca mais se
repetiria em tal intensidade.
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25 – Com Carlos Antonio de Almeida Ferreira (homem da confiança de Álvaro
Dias), Francisco Souto Neto passa a ser Assessor do Presidente do Banestado,
cumulativamente com Assessor para Assuntos de Cultura do Banestado.
Eu prossegui desenvolvendo o Programa de Cultura do Banestado e instituí
um colegiado de experts como componentes de uma “comissão para
aquisição de obras de arte”, com o propósito de depurar a compra de telas para
as paredes de novas agências. A secretária da presidência da BCI – Banestado
Crédito Imobiliário, Flávia Maria Moreira Salles, com sua impecável
datilografia, foi um apoio de fundamental importância para que eu pudesse
realizar o meu trabalho. O SBAI – Salão Banestado de Artistas Inéditos chegou a
ocupar o lugar do oficial Salão dos Novos (da Secretaria de Estado da Cultura)
nos anos em que este entrou em recesso, e pelo seu alto padrão de excelência
foi várias vezes comparado ao Salão Paranaense, segundo registros da imprensa
da época, agora digitalizados e na internet.
Adiante, algumas fotografias feitas em eventos culturais do Banestado:
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26 – Na inauguração de um Salão Banestado: Francisco Souto Neto (Assessor para
Assuntos de Cultura), Carlos Antonio de Almeida Ferreira (Presidente do
Banestado), René Ariel Dotti (Secretário de Estado da Cultura), Vera Munhoz da
Rocha Marques (administradora da Galeria de Arte Banestado) e Rosane Fontoura
(administradora do Museu Banestado).
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27 – Na inauguração de um Salão Banestado: Francisco Souto Neto, o artista
plástico Osmar Chromiec, a jornalista Iza Zilli e mais um artista plástico.
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28 – Na Galeria de Arte Banestado, a vereadora Nelly Almeida com Francisco
Souto Neto, a escritora Anita Zippin e o vereador Jair Cézar.
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29 – Na Galeria de Arte Banestado, o cronista social Dino Almeida com Francisco
Souto Neto.
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30 – Na Galeria de Arte Banestado, Domício Pedroso, Carlos Antonio de Almeida
Ferreira, Francisco Souto Neto, Tereza Koch e Vera Munhoz da Rocha Marques.
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31 – Na Galeria de Arte Banestado, em lançamento de livro: o reitor da UFPR, o
escritor Apollo Taborda Ribas e Francisco Souto Neto.
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32 – Na Galeria de Arte Banestado: Osmar Chromiec, Álvaro Borges, Heron da Luz
Trindade, Francisco Souto Neto e João Osório.
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33 – Na Galeria Banestado: Vera Munhoz da Rocha Marques, Everly Giller e
Francisco Souto Neto.
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34 – Na Galeria Banestado, a reunião de cinco críticos de arte: Orlando
Dasilva, Adalice Araújo, Francisco Souto Neto, Nilza Procopiak e João Henrique
do Amaral.
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35 – Na Galeria Banestado, Francisco Souto Neto com Violeta Franco.
Ao terminar o Governo Álvaro Dias, Heitor Wallace de Mello e Silva foi
indicado pelo novo governador, Roberto Requião, para assumir a presidência do
Banestado. Numa cerimônia realizada no Museu Banestado no princípio de 1991, o
novo presidente inaugurou o retrato do seu antecessor Dr. Almeida. Em meu
discurso, eu informei que me aposentaria dentro de três meses e pedi ao novo
presidente Dr. Heitor que mantivesse o Programa de Cultura do Banestado, pela
importância que tinha o mesmo no cenário paranaense.
FOTO 36 – Termina o Governo Álvaro
Dias e começa o Governo Roberto Requião. Primo do governador, o novo presidente
do Banestado é Heitor Wallace de Mello e Silva, que discursa no Museu
Banestado, inaugurando o retrato do seu antecessor na Galeria dos Presidentes.
Na foto: Dr. Almeida, Dr. Wallace e Francisco Souto Neto
FOTO 37 – No Museu Banestado, ao Dr.
Wallace inaugurar o retrato de Dr. Almeida, Francisco Souto Neto discursa e
informa que se aposentará nos próximos meses, porque no Banestado todos os
funcionários eram obrigados a aposentar-se quando completavam 30 anos de
serviços, e pede ao novo presidente do banco que mantenha e incentive o Programa
de Cultura do Banestado.
Ao aposentar-me em junho de 1991, fui sucedido por Tina Camargo,
que ficou somente alguns meses no cargo, tendo sido substituída por Maria
Amélia Junginger como Assessora para Assuntos de Cultura. Esta realizou um SBAI
– Salão Banestado de Artistas Inéditos e em 1992 aceitou o convite do
governador para dirigir o Museu de Arte Contemporânea, tendo sido substituída
como assessora por Vera Munhoz da Rocha Marques, que também realizou um Salão
Banestado. Contudo, o Programa de Cultura começava a desabar, principalmente
porque no ano seguinte o novo presidente do Banestado, Luiz Antônio Fayet,
suspendeu os Salões Banestado e pretendeu transformar a Galeria de Arte num
espaço para exposições apenas étnicas. Felizmente a imprensa interveio, assim
como alguns políticos, explicando a Fayet a importância daquele espaço
destinado às artes plásticas. Desgostosa com os retrocessos, Vera Marques
aposentou-se e Domício Pedroso ocupou seu lugar, permanecendo no cargo também
por pouco tempo. Mais uma mudança durante o Governo Requião afastou Fayet da
presidência do Banestado e colocou Domingos T. Murta Ramalho em seu lugar.
A esse tempo, a Galeria Banestado transformou-se em Espaço
Cultural Banestado, atendido por Clarissa Lagarrigue.
No Governo Jaime Lerner assumiu o posto
de responsável pelo novo Espaço Cultural Taís Horbatiuk, que conseguiu realizar
o XII e XIII Salões Banestado de Artistas Inéditos e depois foi sucedida por
Tânia Dallegrave Góes e Ana Cristina Rank, que inauguraram com sucesso o XIV
SBAI em dezembro de 1998. Nesta derradeira edição, fui convidado para atuar
como componentes da comissão julgadora ao lado de Dulce Osinski, João
Henrique do Amaral, Lirdi Jorge e Nilza Procopiak.
Em 2000, envolto em terrível escândalo de corrupção, o Banestado foi
dolorosamente privatizado por Jaime Lerner, na equivocada campanha de
privatizações do presidente Fernando Henrique Cardoso. Lerner, que aspirava
candidatar-se à presidência da República, ao concordar com o leilão do Banco
oficial do Paraná a preço de banana, viu encerrarem-se as suas pretensões
políticas. Terminava a gloriosa caminhada do Banco do Estado do Paraná, que
desde 1928 vinha ajudando a desenvolver e construir o “Estado dos pinheirais”,
e que nas décadas de 80 e 90 também impulsionou admiravelmente a cultura do
Paraná no seu sentido mais amplo.
As novas gerações já não sabem o que foi e o que significou o Banestado.
Mas a grandeza e a dedicação dos que trabalharam na empresa com amor e respeito
ficarão perpetuadas nos registros jornalísticos e na internet para as gerações
futuras. Todos, dos diretores aos contínuos, são legítimos representantes da
instituição que impulsionou o panorama industrial, agrícola e cultural do
Paraná, ajudando a prover o nosso Estado dos alicerces que possibilitaram
elevá-lo ao estágio em que ora se encontra, motivo de orgulho dos paranaenses e
de admiração e respeito de todos os brasileiros.
Numa exposição que durou dois anos no Museu Oscar Niemeyer (Museu do
Olho), de 2015 a 2016, o meu Programa de Cultura foi lembrado em grande estilo,
o que poderá ser visto nos links abaixo:
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