Neste painel dos radialistas de Ponta Grossa, organizado pelo próprio Aldo Mikaelli, Arary Souto e Francisco Souto Neto – pai e filho – estão colocados lado a lado. Arary Souto foi o Diretor Geral da Rádio Central do Paraná de 1955 a 1963 (quando faleceu). Francisco Souto Neto também atuou como radialista quando, no fim da década de 80, quando em Curitiba era Assessor de Diretor e de Presidente do Banestado, aos sábados inaugurou o programa "Expressão & Arte" na Rádio Estadual, que era apresentado ao vivo por ele próprio.
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PORTAL IZA ZILLI
Iza Zilli
Comendador Francisco
Souto Neto
Aldo Mikaelli e a festa dos radialistas.
Arary Souto rememorado.
Francisco Souto Neto
No mês passado recebi convite do Sr. Aldo
Mikaelli para a Festa dos Radialistas de Ponta Grossa – meu pai Arary Souto
(1908-1963) foi jornalista e radialista – que se realizou no dia 8 de novembro.
Nas palavras do Sr. Mikaelli, “para que venhas receber um brinde em nome do
querido Arary Souto”. Senti-me emocionado com o convite, principalmente porque
meu pai faleceu há mais de meio século, há 53 anos para ser exato, e continua
sendo lembrado por seus amigos autênticos.
FOTO 1 – O convite para a festa de confraternização
alusiva ao Dia do Radialista.
FOTO 2 – Anverso do convite, com fotos das
personalidades que fizeram a
História do Rádio de Ponta Grossa. A fotografia de meu pai, Arary Souto, está
no lado esquerdo, terceira fila, segundo círculo da esquerda para a direita.
Impossibilitado de comparecer à recepção, pedi
à minha sobrinha Rossana Souto da Rosa, neta de Arary Souto, que me
representasse naquela comemoração. Como ela vive em Ponta Grossa, onde é
advogada do PROCON, não foi difícil comparecer ao evento. Ela fez-se acompanhar
do casal Milton Kawakami e Daniela Benato.
FOTO 3 – Na entrada do restaurante, minha sobrinha
Rossana Souto da Rosa (à direita) acompanhada do casal Milton Kawakami e
Daniela Benato. Foto de Solange Rocha.
Antes, porém, de me referir à festa
propriamente dita, devo escrever algumas palavras sobre o radialista Aldo
Mikaelli.
Aldo Mikaelli
Poucas pessoas se referiram a Aldo Mikaelli com
a mesma propriedade de David Pilatti Montes ao apresentar o livro escrito pelo
referido radialista, denominado “História do Rádio AM de Ponta Grossa”. Diz
ele:
“De Aldo Mikaelli, o que mais se aproxima de
uma definição é a expressão ‘lutador’. Não é, pois, definitiva, uma vez que ele
fez de sua própria e brilhante carreira de Rádio, um argumento para preservar a
aura de magia desse veículo e, mais que isso, sua história. Seria mais do que
isso: lutador, testemunha, ouvinte, animador, arranjador, locutor, noticiarista
e, enfim, memorialista”.
Um dos ícones da radiofonia do Paraná, Mikaelli
ocupou microfones do rádio em várias emissoras de Ponta Grossa, e também em
alguns canais de televisão, onde apresentou com muito sucesso programas de
serestas e entrevistas, inúmeros deles disponíveis no YouTube.
FOTO 4 – Aldo Mikaelli (à direita) na Festa dos
Radialistas de 2012, com outro ícone do rádio e televisão no Paraná, Osni
Gomes. Foto da internet.
O Dia do Radialista, 11 de novembro, é
anualmente comemorado por Aldo Mikaelli, que promove a já tradicional Festa dos
Radialistas, este ano realizada três dias antes, na Churrascaria Estrela de
Prata Executive. Costumam comparecer profissionais de vários pontos do país,
que já trabalharam no rádio em Ponta Grossa. Meu amigo Osni Gomes, que reside
aqui em Curitiba e que é igualmente um ícone na História do Rádio e da
Televisão no Paraná, também participou da festiva reunião, e comentou em seu
mural do Facebook: “Louve-se a presença de profissionais como Zander Meira, que
veio de Chapecó-SC, onde reside e trabalha, Hélio Porto, de Itararé-SP e
Silvana Leal, de Paranaguá-PR. O mais importante de tudo foi o momento de
confraternização, de rever velhos e bons amigos".
FOTO 5 – Mikaelli relata a Rossana Souto da Rosa algumas
passagens com seu avô Arary Souto, quando este era diretor da Rádio Central do
Paraná, e ele, Mikaelli, um garoto aos 16 anos. Rossana ouve emocionada. Foto
de Osni Gomes.
FOTO 6 – Aldo Mikaelli e Rossana Souto da Rosa.
Foto de Osni Gomes.
FOTO 7 – Mikaelli com Álvaro Andrade, um dos muitos
radialistas presentes à comemoração. No painel ao fundo, pouco acima da cabeça
de Álvaro Andrade, está uma foto de Arary Souto. Foto de Osni Gomes.
Numa das paredes do
restaurante, Aldo Mikaelli dispôs quatro painéis que expõem fotografias das
centenas de radialistas do presente e do passado, que trabalharam e viveram, ou
vivem ainda, em Ponta Grossa. Nas duas semanas que se seguirão à Festa dos Radialistas,
os painéis ficarão expostos no Museu dos Campos Gerais, em Ponta Grossa, onde
foram feitas as fotografias abaixo.
FOTO 8 – Este é um detalhe de um dos painéis que
após a Festa dos Radialistas foram expostos no Museu dos Campos Gerais. Aldo
Mikaelli, pesquisando na internet, encontrou uma foto de 1951 de Arary Souto, e
uma de 2015 do seu filho Francisco Souto Neto, e as dispôs lado a lado num dos
painéis. Ambos, pai e filho, foram ligados ao rádio: Arary foi diretor da Rádio
Central do Paraná e Francisco teve um programa de cultura na Rádio Estadual.
Foto de Rossana Souto da Rosa.
FOTO 9 – Esta é a foto (de 1951) de Arary Souto encontrada na
internet por Aldo Mikaelli e por ele colocada no painel dos radialistas.
FOTO 10 – Esta é a foto (de 2015) de Francisco Souto Neto
encontrada na internet por Aldo Mikaelli e por ele colocada no painel dos
radialistas.
Arary Souto rememorado
No ano de 2006 Aldo Mikaelli
lançou o livro “História do Rádio AM de Ponta Grossa”, um verdadeiro compêndio
histórico no qual narra o nascimento, ascensão e evolução do rádio
ponta-grossense. Na página 50 faz referências ao período em que Arary Souto
dirigiu a Rádio Central do Paraná, cuja leitura levou-me a rememorar o ano de
1955, quando há pouco eu completara 12 anos de idade.
FOTO 11 – Capa do livro História do Rádio AM de
Ponta Grossa.
Eu nasci em Presidente
Venceslau, SP, em 1943. Em 1948 mudamo-nos para Ponta Grossa, onde meu pai foi
o Diretor de Redação do diário Jornal do Paraná, com Adalberto Carvalho de
Araújo no cargo de Superintendente
.
FOTO 12 – Detalhe da primeira página
do Jornal do Paraná, edição de 20 de julho de 1949, onde consta: Diretor de
redação: ARARY SOUTO. Superintendente: ADALBERTO CARVALHO DE ARAÚJO.
Esse jornal foi vendido na
década de 50. Sua parte física foi adquirida pelo Jornal da Manhã, e o título
comprado pela Folha de Londrina, que pretendia lançar o Jornal do Paraná em
Curitiba, mas depois desistiu do projeto, porém incorporou o nome ao seu
próprio título, como circula até hoje: “Folha de Londrina – o Jornal do Paraná”.
Passamos o ano de 1953 em
Campo Grande, MS, onde meu pai Arary Souto, a convite de um primo de minha mãe,
Wilson Barbosa Martins (dois anos depois prefeito de Campo Grande, em seguida
deputado estadual e nas eleições seguintes deputado federal, posteriormente
eleito senador da República e, finalmente, governador de Mato Grosso do Sul),
para fundar e dirigir um novo matutino: o Correio do Estado.
FOTO 13 – Numa nota de 26.11.1958, o Correio do Estado, de Campo Grande, lembra que Arary Souto foi seu diretor de redação.
Passamos o ano de 1954 em
Presidente Venceslau, SP, minha cidade natal, e lá permanecemos até
aproximadamente novembro do ano seguinte. Lembro-me de que em casa, naquele
final de 1955, o assunto que me empolgava era o de que iríamos voltar a morar
em Ponta Grossa, onde, segundo entendi, meu pai fundaria uma rádio e seria seu
diretor. Naquele tempo, a televisão em São Paulo estava com apenas 4 anos e
ainda não existia no Paraná. Para os paranaenses, o rádio era ainda o mais
importante meio de comunicação de massas. Chegamos a Ponta Grossa no final do ano,
a tempo de eu fazer um rápido curso que se chamava “de admissão ao ginásio”.
Aprovado nos exames, em março de 1956 meu pai matriculou-me na Academia, que
era como chamávamos o Ginásio Ponta-grossense. Se bem me recordo, no nosso
Natal de 1955 nós já estávamos vivendo em Ponta Grossa, e meu pai já estaria dirigindo a Rádio Central.
Como disse acima, em minha memória de menino,
tinha se firmado a certeza de que meu pai, Arary Souto, seria o primeiro
diretor da Rádio Central. Entretanto recentemente, e pela primeira vez, chegou
a meu conhecimento que meu pai teria sido o segundo diretor, e que o primeiro
chamava-se Elias Harmuch. Como se vê, as lembranças de um menino de 12 anos
pode conter falhas. Encontrei essa informação no citado livro de Aldo Mikaelli.
O autor diz ali que Harmuch deixou a diretoria da Rádio Central em 1956. Se
minha meninez não me trair a memória, Harmuch teria se retirado em novembro ou
dezembro de 1955. Esta minha dúvida, entretanto, não tem importância alguma,
senão como um simples teste de memória. O que realmente importa é a riqueza de
detalhes que o livro de Mikaelli nos traz desde os primórdios do rádio
ponta-grossense, dos registros históricos e do desfilar de nomes que povoaram o
imaginário de várias gerações, e dos depoimentos.
Nas páginas do livro, pude rememorar
pessoas que me foram muito queridas na infância, tais como Viviane e Daisy
Durski, Ida Campos, Ivete Fonseca e Lourdes Rocha (Strozzi pelo casamento) que
fazia um quadro teatral divertidíssimo. Morávamos na Rua Augusto Ribas nº 571, num
belo casarão entre a Rua XV de Novembro e a Marechal Deodoro, a uns 150 metros
dos estúdios e da direção da rádio, localizados no nº 672 da mesma rua. Eu e
minha mãe íamos ao estúdio e ficávamos vendo, através do vidro, as travessuras
do elenco. Eu me lembro do Marçal, de Paulo Ramos, de Luiz Frederico, do Roque e outros.
Certa ocasião, meu pai me disse: “O Rogério Sermann é muito jovem, mas é o meu
melhor locutor. Esse rapaz tem muito futuro”.
FOTO 14 – Frente a um microfone, Arary Souto
discursando em 1956.
FOTO 15 – Arary Souto, diretor da Rádio Central do
Paraná, fazendo alguma comunicação num palco, em 1957.
FOTO 16 – Arary Souto, diretor da Rádio Central do
Paraná (atrás do buquê de flores brancas ao centro do palco), ao lado de um
senhor todo de branco, com toda a sua equipe, após apresentação de um programa
especial em homenagem à Rádio Clube Ponta-grossense, por ocasião da passagem do
20º aniversário da PRJ-2, em 21.1.1960. Excetuado o menino no palco, a partir
da esquerda: o 1º é Araújo Neto, a 2ª é Lourdes Rocha Strozzi, a 3ª é Ivete
Fonseca, a 4ª é Viviane Durski, a 5ª é Leonilda, o 6º é Paulo Ramos, o 7º é
Abílio Holzmann, o 9º é meu pai Arary Souto, o 11º é Arion Fernandes, o 13º é
Manoel Machuca e o 15º o cantor Jorge Santos.
FOTO 17 – Esta foto foi tirada no mesmo momento da
anterior, com diferença de alguns segundos, porém mais de perto. Arary Souto
está ao centro da foto, atrás do vaso com flores brancas. As pessoas
identificadas encontram-se listadas na FOTO 16.
FOTO 18 – Em abril de 1960, foi inaugurado o
“primeiro edifício em Ponta Grossa” com 15 andares, o Marieta. Até então, os mais altos da cidade eram o Edifício Ópera, com 5 andares, e o Edifício Santana, com 4 andares. Esta foto foi tirada
no alto do prédio, no dia da inauguração. Arary Souto, diretor da Rádio Central
do Paraná, aparece entre o prefeito Eurico Batista Rosas, que discursa, e Olavo
Alberto de Carvalho, um dos edificadores da cidade. O menino às esquerda é o
Tim (Alberto Olavo de Carvalho). Atrás do Tim, vê-se Matusalém Gaia. Atrás de
Arary Souto (encoberta por este) está Viviane Durski. Atrás de Dr. Olavo, Edwy
Villaca.
FOTO 19 – Em 1959 a festa de formatura do ginásio
(Academia, ou Ginásio Ponta-grossense, do Sr. Altair Mongruel) realizou-se no
palco no Cine Teatro Ópera. Ao início da solenidade, Arary Souto, na qualidade
de diretor da Rádio Central do Paraná, foi convidado a compor a mesa das
autoridades. Ao ser chamado para receber o seu diploma pela conclusão do curso
ginasial, Francisco Souto Neto recebeu-o das mãos do próprio pai.
FOTO 20 – Um dos jornais de Ponta Grossa tirou
fotografias dos estúdios da Rádio Central do Paraná. Arary Souto, o diretor,
preferiu aparecer nas fotos no balcão atendendo aos clientes da rádio, e não no
seu gabinete da diretoria.
FOTO 21 – Arary Souto, diretor da Rádio Central do
Paraná, na década de 50, participando de algum evento, parece estar testando o
microfone que segura com a mão direita. Nota-se, na fila de trás, pessoas
sentadas, contidas por um baixo cercado de madeira. Trata-se possivelmente de
algum concurso ou outro evento, e talvez os que estão em primeiro plano, ao
redor da mesa, façam parte de alguma comissão julgadora. Sentados à cabeceira da mesa, o senhor de perfil
parece ser Wallace Pina, que conversa com Carlos Afonso Buch. Atrás de ambos,
em pé, o de paletó preto e gravata parece ser Arichernes Gobbo, e o de camisa
branca é Barros Jr. Entre ambos, o jovem Antonio Celso Moreira. Ao lado de meu
pai Arary Souto, está Moacir Lazzarotto de Oliveira.
FOTO 22 – Sentado à cabeceira da mesa de algum
restaurante, Arary Souto (de óculos), diretor da Rádio Central do Paraná, entre
amigos, conversando com Moacir Lazzarotto de Oliveira, certamente num almoço de
confraternização. O primeiro a partir da esquerda é Lázaro Zacarias dos Santos.
O garçon é Osmen Guimarães, apelidado
de “7 mês”, segundo informação de Osmario Souza Ribas.
FOTO 23 – À esquerda, Maneco Machuca (Manoel Machuca
Júnior), seguido de Roberto Madalozzo e de Guaracy Paraná Vieira. Sentados no sofá: um senhor (que acende o
charuto) não identificado, e Arary Souto. À direita, em pé, Manoel Machuca.
FOTO 24 – No palco da rádio, um programa de auditório
patrocinado pela empresa João Vargas de Oliveira S.A. Arary Souto, diretor da
Rádio Central do Paraná, é o 3º a partir da esquerda.
FOTO 25 – Antes de um almoço, Arary Souto (diretor da Rádio Central do Paraná) discursando. Sentada a seu lado (à direita da foto), sua esposa Dª Edith Barbosa Souto. À esquerda da foto, em pé, Manoel Machuca.
FOTO 26 – Almoçando, a partir da esquerda: Luiz
Frederico Daitschmann, Viviane Durski, Manoel Machuca, Arary Souto e Dª Edith
Barbosa Souto.
FOTO 27 – Almoço com funcionários da Rádio Central
do Paraná. Na cabeceira da mesa, Manoel Machuca e Arary Souto.
FOTO 28 – Uma comissão de notáveis de Ponta Grossa
em 1960 vai em caravana a Curitiba, para uma audiência com o Governador do
Paraná no Salão Nobre do Palácio Iguaçu. Arary Souto é o 1º à esquerda da foto
grande em preto e branco. Dentre os demais presentes, encontram-se Eurico
Batista Rosas, José Hoffmann (Juca Hoffmann), Daily Luiz Wambier, Manoel
Machuca Júnior (Maneco Machuca) e outros. Há um fato curioso sobre a foto a cores
que está sobreposta à foto grande em preto e branco, que em 1990 mostra Francisco
Souto Neto, filho de Arary Souto, após uma reunião com o governador Álvaro
Dias, representando o presidente do Banestado Carlos Antônio de Almeida
Ferreira, no momento em que recebia alguma lembrança destinada ao banco oficial
do Paraná. Note-se que na foto grande, no fundo à esquerda, há uma imensa
pintura que está no Salão Nobre do Palácio Iguaçu. Arary Souto está com a
cabeça sob duas figuras da pintura: um homem de costa e um de frente que faz
alguma anotação num caderno. Na foto colorida, o moço à esquerda (da assessoria
de Álvaro Dias) que faz a entrega dos objetos a Francisco Souto Neto (este está à
direita), tem a cabeça abaixo das mesmas figuras da tela. E na foto grande, o
homem alto que se encontra ao lado de Arary Souto, está com a cabeça sob a
figura de um homem na pintura da tela, de costas e com as mãos cruzadas atrás de
si. Na foto colorida, Francisco Souto Neto está com a cabeça abaixo da mesmo
figura da tela, do homem com as mãos cruzadas atrás de si. A curiosidade é que pai
e filho estão NO MESMO LUGAR do
Salão Nobre do Palácio Iguaçu, ambos após reuniões com os governadores de seus
respectivos tempos, isto com uma diferença de 30 anos entre as duas fotos: Arary
Souto em 1960 e o filho Francisco Souto Neto em 1990.
FOTO 29 – Arary Souto em 1960, com medalhas
conquistadas em campeonatos de tiro ao prato.
FOTO 30 – Em 21.1.1960 “A Tribuna” de Presidente
Venceslau, SP, noticiava as atividades de Arary Souto em Ponta Grossa.
FOTO 31 – “A Tribuna” de 29.1.1961 comentava o
sucesso da Rádio Central do Paraná sob a direção de Arary Souto.
FOTO 32 – o Jornal da Manhã, de Ponta Grossa,
comenta na 1ª página da edição de 10.1.1962, o sucesso da Rádio Central do Paraná (sob a direção de
Arary Souto há 7 anos) transformada em emissora musical.
Notícia veiculada na
1ª página do Jornal da Manhã, de Ponta Grossa, na edição de 10.1.1962, três
meses antes de Arary Souto adoecer:
“Brilhante
Iniciativa da Rádio Central do Paraná”
“Ontem, ao depararmos com a notícia de que a
Rádio Central do Paraná adotaria nova modalidade de trabalho no rádio
princesino, nos apressamos em procurar pelo seu diretor, sr. Arary Souto, a fim
de obtermos dados concretos relacionados com o assunto e, então, divulgá-lo.
Atendida que fora a nossa reportagem no seu
gabinete de trabalho, com a peculiar solicitude do nosso entrevistado, foi o
mesmo nos inteirando dos pormenores dessa iniciativa. Se bem que inédita no
rádio ponta-grossense, ela já é aplicada em várias cidades do país, onde se
incluem as cidades paranaenses de Londrina, Maringá e outras, além da Capital,
Curitiba – com absoluto sucesso.
Trata-se de dotar Ponta Grossa,
consequentemente o rádio-ouvinte princesino, de uma emissora que possa
transportar para seus rádios-receptores, música, somente música.
Pelo que nos expôs o sr. Arary Souto, realmente,
nessa iniciativa a parte material é legada a um plano secundário, isto é, as
cotas de publicidade são limitadas, permitindo que em cada cinco minutos da
programação seja executada uma música, nos mais variados ritmos, distribuídos
em cada hora das 17 que estarão no ar, ou seja, das 7 horas da manhã até
meia-noite, permitindo publicidade máxima de dois textos para cada gravação
musical.
Essa publicidade é dividida em cotas de 150
textos ou jingles mensais,
podendo o anunciante adquirir uma ou mais cotas. No período das 7 às 8 horas da
manhã, o espaço será reservado para as mensagens de amizade, das 14 às 16 horas
continuará com “Felicitações Musicais”, e das 20 às 21 horas, terão sequência
as “Mensagens de Amizade”.
Nos demais horários, isto é, das 8 às 14, das
16 às 19,30 e das 21 às 24 horas, serão admitidas as cotas de publicidades
musicais.
Para cada hora de programação, serão
selecionadas as músicas, nas suas variadas origens, destacando-se, entre as
inúmeras outras, as brasileiras, argentinas, mexicanas, italianas, sírias,
polonesas, paraguaias, norte-americanas, as clássicas, semi-clássicas, etc.
etc.
Esse sistema de rádio-musical é, inegavelmente,
aquele que suaviza a tristeza, eliminando e elevando-a ao nível da alegria,
pois é em realidade a música que nos inspira e, escutando-a, afastamo-nos das
agruras desses momentos tão incertos, e nos propiciará ânimo para enfrentá-las
com maior esperança, com mais objetividade no trabalho, e nos afazeres
cotidianos.
Estas foram, em síntese, as informações que
obtivemos do diretor da Rádio Central do Paraná, na transformação do atual
sistema para exclusivamente musical, informações essas que agradecemos.
A par desses agradecimentos, o JORNAL DA MANHÃ
se congratula com a Rádio Central do Paraná pela elogiável iniciativa de dar a
Ponta Grossa uma emissora musical e que, por certo, será alvo da preferência de
todos aqueles que encontram na música, e somente na música, a inspiração
espiritual para que a vida se torna amena, mais alegre”.
Em janeiro de 1963 Arary Souto ainda presidiu
uma reunião do Rotary Club. Foi seu último ato público, conforme se lê no
recorte, abaixo, do Jornal da Manhã, edição de 4 de janeiro:
FOTO 33 – Última reunião do Rotary Club presidida
por Arary Souto, no Jornal da Manhã de 4.1.1963.
Foto 34 – Meus pais Edith Barbosa Souto e Arary
Souto no começo de 1962. Esta foi a última fotografia que tirei de meu pai.
Arary Souto faleceu no dia 11 de abril de 1963,
uma semana antes de completar 55 anos. Seu amigo Faris Antônio Michaele
publicou as seguintes palavras em sua coluna do Jornal da Manhã:
FOTO 35 – Homenagem póstuma de Faris Antônio Salomão
Michaele ao euclidiano Arary Souto.
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Olá, Padrinho. Parabéns pelo belíssimo texto. Realmente é muito importante colocar todas essas informações históricas em blog. Ficarão imortalizadas. Vi fotos do meu avô que não conhecia. Ele era um homem muito elegante e distinto!
ResponderExcluirOI, Mara. Obrigado pelo elogio ao meu texto. Aproveitei a oportunidade da Festa dos Radialistas para escreveu um pouco sobre seu avô. Papai era mesmo sempre muito elegante... e eloquente em seus discursos. As amigas da Mamãe diziam que ele se parecia com Tyrone Power.
ExcluirNobre e inspirada homenagem ao seu brilhante pai Arary Souto! Parabéns Francisco.
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