Aldo Mikaelli, heterônimo
de Egon Kruse (1940-2018).
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Comendador Francisco Souto Neto
ALDO MIKAELLI: SAUDADE E UM LIVRO INACABADO
Francisco Souto Neto
O ano de 2016
Homem de rádio e televisão, Aldo Mikaelli (1940-2018),
heterônimo de Egon Kruse, era, antes de tudo, um gentleman. Simbolizava a memória da imprensa falada e televisionada
na região paranaense dos Campos Gerais. Escreveu e publicou vários livros,
dentre os quais História do Rádio AM de Ponta
Grossa. Todos os anos ele mantinha a tradição de comemorar o Dia do Rádio
em Ponta Grossa quando reunia, num jantar festivo, centenas de profissionais,
familiares e amigos.
FOTO 1 - Livro História do
Rádio AM de Ponta Grossa, de Aldo Mikaeli
No ano de 2016 ele telefonou-me para contar que meu pai
Arary Souto (1908-1963), que foi diretor de redação do Jornal do Paraná e
diretor geral da Rádio Central do Paraná, seria homenageado entre outros
radialistas, tanto os já falecidos quanto os ainda vivos, atuantes e
aposentados.
Como eu não pude comparecer, pedi a minha sobrinha e
afilhada Rossana Souto da Rosa, que reside em Ponta Grossa, para me
representar. Ela participou do jantar na companhia do casal Milton Kawakami e
Daniela Benato.
Na parede central do restaurante, Mikaelli dispôs três
painéis com fotografias dos seus homenageados. Para minha surpresa, Rossana
contou-me que num dos painéis, ao lado da foto do meu pai, o radialista dono da
festa colocou uma fotografia minha, com meus dados biográficos, que ele – Aldo
Mikaelli – encontrou na internet. Este gesto tão amável – o de pictoricamente reunir
pai e filho – sensibilizou-me. Abaixo, as fotografias do evento:
FOTO 2 - Minha sobrinha
Rossana Souto da Rosa chegando ao restaurante, acompanhada do casal Minton
Kawakami e Daniela Benato.
FOTO 3 - Aldo Mikaelli
falando sobre Arary Souto na presença de sua neta Rossana Souto da Rosa.
FOTO 4 - Aldo Mikaelli
homenageando Osni Gomes, um dos expoentes da História do Rádio no Paraná.
FOTO 5 - Aldo Mikaelli
homenageando radialista Álvaro Andrade. Ao fundo, atrás e acima da cabeça de
Andrade, estão as fotos de Arary Souto e Francisco Souto Neto.
FOTO 6 - Rossana Souto da
Rosa fotografa o detalhe do painel no qual constam as fotos do seu avô Arary
Souto e do seu tio e padrinho Francisco Souto Neto, com ênfase nos traços
biográficos deste último, que Aldo Mikaelli encontrou na internet.
Ninguém melhor do que Hilário Gomes para falar sobre o
trabalho e a personalidade de Aldo Mikaelli, que publicou em seu blog a
seguinte notícia:
Blog do Hilário Gomes em 3 de novembro de 2016:
Dia do radialista tem festa em Ponta Grossa
O comunicador Aldo
Mikaelli , um dos mais importantes radialistas de Ponta Grossa , mais uma
vez deve mostrar toda sua versatilidade, entusiasmo, senso de
companheirismo e vigor físico na realização de mais uma festa em
homenagem ao Dia do Radialista que acontecerá em 7 de novembro na
elegante Churrascaria Estrela de Prata na capital dos
Campos Gerais . Com certeza será mais uma noite esplendorosa, revestida de
sucesso, não só pela homenagem que fará aos maiores nomes do rádio que nos
deixaram, como também àqueles que ainda estão entre nós, alguns já aposentados,
outros como eu, ainda na ativa, em rádio, jornal e televisão. Aldo
Mikaelli já comandou com muita sabedoria um programa de calouros
pela gloriosa e decana Rádio Clube, reviveu as serestas pela TV Esplanada,
alegrou os ouvintes em diversas emissoras com sua voz
suave e harmoniosa. O evento do dia 7 marca a carreira dos
profissionais da voz, voz que ecoa por trás dos microfones, que leva sinceridade,
entusiasmo, fé, amor e encantamento aos corações de pessoas jovens,
crianças ou idosas, sem diferenciá-las da cor, sexo, raça, credo ou
posição social. Parabéns Mikaelli, que a tua energia seja o
nosso combustível para continuar a caminhada de radialistas.
O ano de 2017
No ano seguinte, 2017, compareci ao jantar realizado no Dia
do Radialista, quando mais uma vez meu amigo Mikaelli homenageou meu pai e
dezenas de outros radialistas, tanto os que continuam entre nós, quanto os que
deixaram saudade.
Uma vez mais também eu fui homenageado por Mikaelli, que
sabia que eu também tive uma fase atuando na Rádio Estadual, em Curitiba,
levando ao ar a minha coluna “Expressão & Arte” que na época fazia grande
sucesso veiculada em jornais (o principal deles era o Jornal Indústria & Comércio,
quando Aroldo Murá era o diretor de redação) e revistas.
Abaixo, algumas fotografias tiradas naquela ocasião:
FOTO 7 - O convite “Homenagem
às vozes que se calaram”. Meu pai, Arary Souto (1908-1963), é o segundo da terceira fila.
FOTO 8 - Painel à entrada
do salão.
FOTO 9 - Aspectos do
jantar.
FOTO 10 - Aldo Mikaelli
com sua bela assistente.
FOTO 11 - Aspectos do
jantar.
FOTO 12 - Aspectos do
jantar com Lazarotto ao centro.
FOTO 13 - Luiz Fernando
Fedeger com familiares.
FOTO 14 - Aspectos do jantar.
FOTO 15 - João Moro Júnior
e Milfredo Gonçalves.
FOTO 16 - Rossana Souto da
Rosa.
FOTO 17 - Francisco Souto
Neto e Rossana Souto da Rosa.
FOTO 18 - Francisco Souto
Neto e Aldo Mikaelli.
FOTO 19 - Rossana Souto da
Rosa e Aldo Mikaelli.
O que eu não imaginava é que aquele seria o nosso último
encontro, e que o grande e querido Aldo Mikaelli já lutava contra um câncer que o
levaria do nosso convívio no ano seguinte.
O ano de 2018
No final do ano passado, Aldo contou-me que estava
preparando um novo livro que pretendia lançar em 2018, cujo título seria
“Notáveis da Nossa História”. Mais uma vez, generosamente, faria constar os
traços biográficos do meu pai Arary Souto e também os meus. Enviou-me,
entusiasmado, as páginas do livro já compostas. Mandou-me também o estudo para
a capa da edição, na qual figuraríamos eu e meu pai entre outros homenageados
que ele considerava importantes para a História de Ponta Grossa.
FOTO 20 - As fotografias de Arary Souto e Francisco Souto Neto na capa do livro inacabado, que são a antepenúltima e a penúltima, respectivamente, na ordem concebida por Aldo Mikaelli.
FOTO 21 - Página de Arary
Souto no livro inacabado de Aldo Mikaelli.
FOTO 22 - Página de
Francisco Souto Neto no livro inacabado de Aldo Mikaelli.
Foi quando comecei a perceber, através de seu mural no
Facebook, que algo de estranho passava-se com a saúde do querido amigo. Suas
mensagens, entretanto, eram otimistas e ele parecia feliz brincalhão como
sempre. Ele encontrava-se em tratamento na cidade de Maringá, hospedado na
confortável casa de seu filho.
Por isso, minha surpresa e pesar foram intensos quando eu
soube do seu passamento. Ele tinha 78 anos de idade. Apesar da tristeza, tratei
de organizar os meus pensamentos na convicção de que homens como Aldo Mikaelli
não morrem. Ficam eternamente na memória da cidade pela qual tanto fizeram e nos
corações de seus milhares de amigos.
FOTO 23 - Aldo Mikaelli,
heterônimo de Egon Kruse (1940-2018).
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